Caros irmãos e irmãs!
O texto de Lucas, neste dia, versando sobre os enviados, os apóstolos (no início de sua experiência vocacional) é muito provocador. São apresentadas duas formas de agir por Lucas: curar/libertar e anunciar, contudo, associada a essa missão que se liga à missão de Jesus, está a rejeição.
Ora, que Lucas quer nos ensinar então?
A missão dos Apóstolos de modo muito objetivo possui um conteúdo direto. Primeiro anunciar o Reino de Deus, anunciar a Boa Nova que é o Evangelho.
É bem sabido que anunciar o Evangelho tem seus caminhos específicos, por isso é preciso se “deslocar”. O apóstolo é um caminheiro, um missionário, ele não pode se cansar porque Jesus, que os enviou, não se deteve em sua missão. Ele seguia de cidade em cidade, de vilarejo em vilarejo, Ele não se intimidava, anunciava a verdade e a verdade também denunciava, libertava, colocava de pé, tirava a cegueira dos olhos, cegueira que não permitia que se reconhecesse o caminho para o Pai.
A cura, portanto, não se limitava à mera cura física, mas também à cura do ser humano integral. Devolver a dignidade a alguém não é fácil, é preciso fazer essa pessoa entender que ela também é responsável por si e por fazer com que sua vida seja símbolo de autonomia e responsabilidade humana.
Por isso, quando se anuncia o Evangelho com coragem, necessariamente as perseguições irão surgir. O verdadeiro Apóstolo deve reconhecer o seu lugar na missão de Jesus, como quem, nas coisas de Deus, possui autoridade e poder, mas deverá reconhecer que esse poder não irá suplantar as perseguições, ao contrário, pois, quando pelo Evangelho que anunciamos provocamos a libertação física, espiritual e social da comunidade de fé seremos perseguidos pelos que gostam de domesticar e docilizar a massa.
Pe. Jean Lúcio de Souza