Por vezes custa-nos ficarmos felizes com o bem das outras pessoas que estão à nossa volta. Julgamos, egoistamente, os outros, como não merecedores dos bens ou, que somos mais merecedores do que eles. Ou pior ainda, julgamos que Deus não deve agir com misericórdia com aqueles que consideramos pecadores, maus e injustos. Tristemente desejamos seu mal, ao invés de desejarmos sua conversão e salvação.
Jonas, incumbido de anunciar aos ninivitas a misericórdia de Deus e a necessidade de conversão, tentou fugir da presença do senhor, que nos termos da missão de Jonas era uma atitude reveladora: Jonas, conhecedor da misericórdia divina, sabia que se chegasse a Nínive, proclamando uma possível remissão dos seus pecados e agindo demonstrando arrependimento, que Deus haveria de levar em conta essa contrição e acabaria por perdoar os ninivitas.
Ora, o que Jonas demonstra com esta atitude? Que sua sentença pessoal em relação aos ninivitas, que seu juízo de valor, não se baseava na misericórdia e no perdão, mas em uma falsa compreensão da justiça divina. Isso significa que enquanto Deus vislumbrava a possibilidade de que os pecadores se convertessem e mudassem de vida, para então alcançarem a salvação, Jonas focava sua atenção nos pecados e na punição que devia existir por causa destes pecados. Para Deus rege a esperança; para Jonas a sentença; para Deus que os seres humanos vivam; para Jonas, que fossem punidos.
Diametralmente oposto a Jonas está Jesus, que conhece muito bem a justiça divina, mas a compreende a partir da misericórdia que aprende a fazer-se próximo dos próximos para salvá-los e não para condená-los. E enquanto os Mestres da Lei, ciosos desta mesma lei, olhavam apenas para o seu cumprimento, mesmo com o sacrifício de vidas humanas, Jesus revelava o espírito desta Lei que deve estar a serviço da amizade com Deus e o resgate do sentido da vida.
Jesus ensinava a olhar a necessidade do próximo; o mestre da Lei, para o cumprimento da Lei, indistintamente; Jesus curava feridas, os mestres da Lei a justificavam pela Lei. Não há dúvidas. Uma única coisa apenas importa e ela pode nos garantir o céu: agir com misericórdia.
QUESTÃO NORTEADORA: (para ser respondida mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO: Ó Deus eterno e todo amoroso, que nos concedeis no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir, amém.
Diác. Robson Adriano F. D. e Silva