Celebramos hoje a memória de São Carlos Borromeu. Ele nasceu em 1538, na Itália, e lá faleceu em 1584. Foi Arcebispo de Milão, participou ativamente das últimas sessões do Concílio de Trento e muito se empenhou em aplicar as decisões conciliares à vida da Igreja. Ocupou-se seriamente com a formação dos bispos, padres e seminaristas. Dedicou-se ao cuidado para com os mais pobres e as pessoas doentes, vítimas da peste, construindo hospitais e asilos. Ao seu exemplo, empenhemo-nos na construção de uma Igreja viva e solidária, marcada pela riqueza das vocações.
Na primeira leitura, ao concluir o discurso sobre o mistério de Israel, Paulo interroga-se: “terá Deus rejeitado o seu povo?” (v. 1). E, logo a seguir, ele responde: “De maneira nenhuma!” (v. 1). E prova a sua afirmação usando diversos argumentos, a começar por si mesmo: “também eu sou israelita” (v. 1). A fidelidade de Deus se revela na própria pessoa do Apóstolo, o que constitui motivo de grande orgulho, mas também de compromisso. É certo que os Israelitas tropeçaram e caíram. Mas não para sempre! A "ressurreição" é possível. Sobre essa certeza, funda-se também a nossa esperança: “foi devido à sua queda que a salvação chegou aos gentios” (v. 11) ou seja, a todos nós. Temos assim uma chave de leitura para toda a história da salvação, sobretudo do futuro que nos espera. A conversão dos pagãos e a aparente rejeição de Israel, o povo da antiga aliança, concretiza a promessa divina da salvação que contempla a todos como o novo povo de Deus, o novo Israel. Todos somos chamados a caminhar juntos em direção à mesma meta, à vida plena, fruto da misericórdia divina, em seu Filho Jesus, nosso Salvador.
No Evangelho, Jesus aproveita de situações corriqueiras da vida para revelar verdades a respeito da “vida nova” dos filhos de Deus. Durante uma refeição, em casa de um fariseu, Ele nota que alguns convidados procuram logo os primeiros lugares (v. 7) e aproveita para dizer que quem ocupa um lugar que não lhe corresponde, pode expor-se ao ridículo e à vergonha (v. 8s.), tendo depois que deixar esse lugar para quem ele estava reservado. As palavras de Jesus muito nos ajudam, elas nos mostram que as ambições humanas dificultam, por vezes e em muito, as relações com os outros. Contudo, o texto ordena, em vista da salvação, nos ensinando que ela é dom de Deus, é gratuita e não consequência matemática de méritos humanos. Nós que agora nos sentimos convidados ao banquete, não devemos entrar com altivez e presunção, colocando-nos no primeiro lugar, mas com a humildade de quem sabe que tudo é graça, tudo é dom de Deus.
Acredito no amor de Deus que se estende a todos e procuro ser instrumento d’Ele para a salvação de meus irmãos e irmãs? Vivo com ambições desmedidas, achando-me melhor que os outros e com direito a privilégios? Sei ser humilde, confiante em Deus, colocando minha vida a serviço? Em que a Palavra de Deus me ajuda hoje?
Senhor Jesus, dá-me um coração semelhante ao teu: um coração cheio de caridade, cheio de humildade, para amar a todos, para a todos acolher como irmãos e irmãs, chamados por Ti à salvação. Que eu saiba apreciar os dons que recebi, sem desprezar ninguém; que eu saiba manter-me no meu lugar, sem invadir o lugar que a outros pertence; que eu saiba estimar-me, mas sem exagero. Que eu seja instrumento do Teu amor e da Tua misericórdia, agindo em tudo com humildade e alegria em servir. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago