Na primeira leitura, o Apóstolo Paulo lembra que o amor resume os mandamentos e é o pleno cumprimento da lei (v. 9). Ele dedica um largo espaço a avaliar criticamente a função da lei. Mas, para que a justiça da lei se cumpra, há um só caminho, o amor gratuito de Cristo, que veio exatamente para cumprir e não para abolir. Este amor não paga o mal com o mal, nem se deixa vencer por ele, mas vence-o com o bem. Cristo deu-nos exemplo desse amor. Devemos conformar a nossa vida, à luz deste amor, imitando o nosso Salvador, para podermos viver a comunhão de vida plena com Deus. “Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: o amor mútuo” (v.8).
No Evangelho de hoje, temos duas parábolas que nos convidam à reflexão antes de empreender qualquer iniciativa, para darmos conta se temos capacidade para as terminar. Também o seguimento de Jesus, no caminho que o leva decididamente para Jerusalém e para o Calvário, é algo muito exigente onde é preciso entregar toda a vida. É sobre esta realidade que se fundamenta o convite inicial e final desta página evangélica, onde lemos uma das mais radicais exigências de Jesus, "desapegar" do pai e da mãe, carregar a cruz e seguir Jesus, renunciar a todos os bens (vv. 26s. e 33), são algumas das exigências que não deixam margem para dúvidas. Para seguir fielmente a Jesus e aprender a amar como ele amou, não basta bons propósitos ou um entusiasmo fugaz, é necessário constante desapego dos bens deste mundo. Para ser discípulo, não basta um amor qualquer. Jesus exige um amor muito forte, um amor decidido, disposto a opções nem sempre fáceis. Por isso, devemos calcular bem as nossas capacidades, antes de tomar a decisão de se tornar discípulo/a do Senhor.
Procuro orientar minha vida à luz dos mandamentos de Deus? Testemunho que amo a Deus, praticando a caridade em bem de meus irmãos e irmãs? Sou desapegado dos bens deste mundo? Sigo fielmente a Jesus e procuro amar como Ele amou? Em que a Palavra de Deus para hoje mais me ajuda?
Senhor, só a tua graça me pode permitir experimentar um amor semelhante àquele que demonstras por mim. O amor que me propõe é maior que o oceano, cujos limites desconheço. Ajuda-me a refletir antes de Te dizer: “Eis-me aqui!”. Apoia-me com a tua graça. Só o teu amor me dá a plenitude que tanto procuro, o amor que aprendo ao Ti seguir como discípulo, o amor com que procuro amar os meus irmãos e irmãs. Obrigado, Senhor! Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago