Celebramos hoje a memória de São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja. Ele é natural da Itália, tornou-se diácono da Igreja de Roma por volta do ano 430. Dez anos depois, Leão foi enviado para pacificar a Gália, hoje a França. Após alguns meses, faleceu o Papa Sisto III. Leão, seu conselheiro, foi o Sucessor. Sua consagração como Pontífice – o 45º da história – ocorreu em 29 de setembro de 440. Seu Pontificado, que durou vinte e um anos, colecionou várias primazias: foi o primeiro Bispo de Roma a ser chamado Leão; o primeiro Sucessor de Pedro a ser chamado "Magno"; o primeiro Papa, que por sua pregação, recebeu o título de "Doutor da Igreja”. Foi também o primeiro Papa a ser sepultado na Basílica Vaticana. São Leão Magno muito se dedicou à defesa da doutrina. Foi ele que, de fato, inspirou o Concílio Ecumênico de Calcedônia que reconheceu e afirmou a unidade das duas naturezas em Cristo: humana e divina. Suas relíquias, ainda hoje, são conservadas na Capela de "Nossa Senhora do Pilar, na Basílica de São Pedro". Ao celebrá-lo renovemos nossa fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus humanado e o amor à Igreja.
Na primeira leitura, Paulo justifica o “certo atrevimento” com que se dirigiu aos Romanos (v. 15). Reconhece que eles estão “cheios de boa vontade, repletos de toda a espécie de conhecimento”, que têm capacidade para se aconselharem uns aos outros, segundo o pensamento do Senhor (v. 14). O Apóstolo se limita a reavivar-lhes a memória sobre o que já sabem (v. 15). Fala da sua missão de pregador como de um serviço litúrgico (v. 16), como alguém encarregado de um “ofício sagrado” que consiste na “oblação” a Deus daqueles a quem pregou o Evangelho. É assim que presta culto a Deus. Este culto é pagamento da “dívida” a Cristo, de que Paulo tem plena consciência, pela graça d´Ele recebida. Assim, com a “fraqueza” que lhe é própria, o Apóstolo corresponde à força do Evangelho. O seu apostolado, por “palavras e ações”, é confirmado com a “força de sinais e prodígios, com a força do Espírito de Deus” (v. 19).
A parábola que Jesus conta no Evangelho parece insinuar que o fim justifica os meios, que ser esperto é algo preferível à honestidade. Contudo, é bom darmos atenção às palavras com que Jesus conclui a parábola: “os filhos deste mundo são mais espertos que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes” (v. 8). Vemos aqui o modo engenhoso de quem, para praticar desonestidades, recorre a análises, a iniciativas, à entrega pessoal. Infelizmente os discípulos do Senhor nem sempre recorrem aos mesmos meios para obter fins honestos, cedendo facilmente diante dos imprevistos, das dificuldades. Jesus não louva a desonestidade do administrador, mas a esperteza com que soube encontrar, numa situação difícil, uma solução que lhe permitiu continuar uma vida cômoda, egoísta. Somos responsáveis pelos bens que não são exclusivamente nossos, mas que devemos considerar como dons de Deus e, portanto, tratar com prudência e com a audácia dignas de filhos de Deus, administrá-los bem. Jesus quer que os filhos da luz, na sua caminhada terrena, sejam mais sagazes, mais espertos, do que os filhos deste mundo (v. 8b), na busca do verdadeiro bem.
Dedico-me, com meu testemunho cristão, a anunciar o Evangelho a meus irmãos e irmãs? Confio na graça de Deus que me acompanha na missão? Como tenho administrado os bens e os dons que Deus me confia? Empenho-me na busca do verdadeiro bem? Em que a Palavra de Deus hoje mais me ajuda?
Ó Espírito Santo, força criadora de Deus, ensina-me a viver o amor no seguimento de Jesus e na generosidade para com meus irmãos e irmãs. Ilumina-me, Espírito divino, para que saiba discernir o bem e realizá-lo com criatividade, generosidade, coragem. Que a minha vida seja uma oblação viva, santa e agradável a Deus Pai. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago