Martinho nasceu na atual Hungria em 316 e faleceu na França em 397. Deixou a carreira militar para dedicar-se unicamente ao serviço de Deus. Foi bispo de Tours. Construiu o primeiro mosteiro do Ocidente e consolidou os demais mosteiros como centros espirituais e bases para os missionários. A seu exemplo, aprendamos a ser sempre fiéis nas grandes e pequenas coisas que o Senhor nos tem confiado.
Na primeira leitura, Paulo termina a carta aos Romanos com saudações a pessoas a quem está ligado por amizade e pela colaboração que lhe prestam. É o caso de Áquila e Priscila, um casal que hospedou Paulo em Corinto e em Éfeso. Seguem-se os nomes de outras pessoas. Mas a principal referência de Paulo é sempre Cristo: em Cristo e por Cristo é a nota dominante nas saudações e nas recordações do Apóstolo. Essas saudações nos revelam a viva e afetuosa recordação que tem deles, a sua caridade. Mais do que as solenes declarações, são os pequenos gestos do dia a dia que tornam o mundo melhor, exortando-nos, à luz da fé, à vivência da fraternidade e da caridade. O texto encerra com uma doxologia centrada no mistério do Projeto Divino de Salvação “...agora manifestado, por meio dos escritos proféticos... levado ao conhecimento de todos os gentios, para os levar à obediência da fé, ao único Deus, o sábio, por meio de Jesus Cristo, a Ele a glória pelos séculos! Amém." (vv. 25-27).
No Evangelho, depois de contar a parábola do administrador desonesto, Jesus toma a palavra para explicitar a doutrina. Primeiro, refere-se à morte, momento no qual o dinheiro perderá todo o seu interesse, pois nos será tirada a administração de qualquer bem (v. 9). Depois, vem o convite à fidelidade, frente ao perigo da infidelidade (vv. 10s.). Ele nos pede, assim, a adesão livre e alegre ao ideal da pobreza evangélica e nos diz que “Servo algum pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (v. 13). O discípulo de Cristo não tem alternativa. O amor cristão implica desapego, doação e não apego egoísta e exploração dos pequenos. Por fim, Jesus convida à humildade, diante dos fariseus que se têm por “justos aos olhos dos homens” (v. 15). De fato, caridade, serviço e humildade não podem separar-se de quem verdadeiramente deseja ser discípulo/a de Jesus e usar dos bens deste mundo como um caminho que leva a Deus e ao próximo.
Vivo com fraternidade e caridade as minhas relações com as pessoas, especialmente em comunidade? Ocupo-me em bem testemunhar, com boas obras, a minha fé? Uso bem do dinheiro e dos bens que me são confiados, a modo deles me aproximarem de Deus e das pessoas? Devolvo a Deus, na forma de ofertas e dízimos o que Deus me dá e também sei repartir com meus irmãos mais necessitados? Sou caridoso, humilde, desapegado e serviçal? Em que a Palavra de Deus hoje mais me ajuda?
Senhor, infunde no meu coração a atenção, o respeito, a amizade com que tratavas todos quantos Te buscavam. Ensina-me e ajuda-me a estabelecer relações, laços de amizade, fraternidade e caridade, com a intensidade única da tua humanidade. Que a beleza do teu amor, concretizada de modo simples e natural, em todas as circunstâncias, me seduza e me leve a imitar-Te nas minhas relações com os outros, especialmente com os pequenos e mais necessitados. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago