Na primeira leitura, vemos que a grandeza e a beleza da criação nos remetem para o Criador. Contudo, nem sempre o ser humano foi capaz de ler, corretamente, a criação. A grandeza do mundo criado e da sabedoria de Deus, não é algo novo, mas é preciso remetê-la ao Senhor de todas as criaturas e que formou tudo quanto existe. Assim Ele se tornou visível à inteligência humana, desde a criação do mundo, nas suas obras. Deus imprimiu na criação as marcas da sua passagem para que pudéssemos encontrá-lo. A criação, na multiplicidade das suas formas e manifestações, nos oferece então um precioso espaço para a nossa relação com Deus. E mais: as criaturas nos falam do Criador. A Criação é a primeira manifestação da beleza e do amor de Deus e é, ao mesmo tempo, a primeira palavra com que respondemos ao seu amor.
Jesus quer ensinar aos discípulos a verdadeira esperança. Por isso, completa o discurso sobre a sua última vinda. Para que a esperança não se torne utópica e não crie ilusões fáceis, Jesus une-a à fé. A fé, por sua vez, nos une, desde já, ao Senhor e à sua morte e ressurreição. Unindo a esperança à fé, sabemos quem esperamos e não nos interessa quando ou como isso acontecerá.
Jesus ilustra o ensinamento com dois exemplos: o de Noé (vv. 26s.) e o de Lot (vv. 28s.). Estes dois fatos históricos evidenciam o caráter improviso e repentino do dilúvio, no caso de Noé, e da chuva de fogo, no caso de Lot. O que Jesus quer acentuar é a necessidade de estar prontos quando Deus se manifestar no seu poder: prontos para reconhecê-lo, prontos para ser introduzidos na alegria eterna e na comunhão com Ele. Além de Noé e Lot, exemplos positivos, Jesus fala também dos seus contemporâneos, representados pela mulher de Lot (v. 32). Viviam esquecidos de Deus e preocupados com os bens terrenos: foi nessa situação que foram surpreendidos pelo castigo de Deus. Em nossa vida, o encontro com Deus pode acontecer de modo inesperado. A morte, mesmo para quem está gravemente doente, chega sempre de improviso. Devemos estar preparados, vivendo em união com o Senhor.
Reconheço o amor de Deus também por mim, e seu poder, na obra da criação? Como tenho me relacionado com a natureza, tenho cuidado para com a “casa comum”, o planeta terra? Vivo atento em fazer o bem e em estar preparado, a cada momento, para o encontro com o Senhor? Minha vida é de comunhão com Deus? Em que a Palavra hoje mais me ajuda?
Senhor Jesus, eu te dou graças por todos os mistérios da salvação e da redenção a meu favor e de toda humanidade. Quero sempre Te procurar, sem me perder no pecado, quero viver no recolhimento e na união com o teu divino coração. Ajuda-me, Senhor, com tua graça. Dá-me sabedoria, fidelidade e perseveraça. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago