A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum recorda a cada cristão a grave responsabilidade de ser, no tempo histórico em que vivemos, testemunha consciente, ativa e comprometida do Projeto de salvação/libertação que Deus Pai tem para os homens e mulheres, para toda a humanidade.
Hoje, celebramos o 7º “Dia Mundial dos Pobres”, com o tema: “Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4,7). Somos exortados, na vivência da fé, ao compromisso de viver a pobreza e de servir os pobres, com a certeza de que se assim agirmos, Deus nunca se afastará de nós o seu olhar. Nessa casa que é o mundo, todos têm direito de ser iluminado pela caridade, ninguém pode ser privado dela.
A primeira leitura apresenta, na figura da mulher virtuosa, alguns dos valores que asseguram a felicidade, o êxito e a realização. O "sábio" autor do texto propõe, sobretudo, os valores do trabalho, do compromisso, da generosidade, do "temor de Deus". Não são só valores da mulher virtuosa: são valores de que deve se revestir o discípulo/a que quer viver na fidelidade aos projetos de Deus e corresponder à missão que Deus lhe confiou.
Na segunda leitura, Paulo deixa claro que o importante não é saber quando virá o Senhor pela segunda vez; mas é estar atento e vigilante, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus, testemunhando os seus projetos, empenhando-se ativamente na construção do Reino. Somos filhos da luz e do dia, precisamos dar corpo à esperança, esperando, fiéis e vigilantes, a chegada do Senhor.
O Evangelho apresenta-nos dois exemplos opostos de como esperar e preparar a última vinda de Jesus. Ele louva o discípulo que se empenha em fazer frutificar os "bens" que Deus lhe confia; e condena o discípulo que se instala no medo e na apatia e não põe a render os "bens" que Deus lhe entrega. De fato, agindo assim este último está a desperdiçar os dons de Deus e a privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito. Através desta parábola, somos exortados para estarmos alertas e vigilantes, sem nos deixar vencer pelo comodismo e pela rotina. O discípulo de Jesus não pode esperar o Senhor de mãos erguidas e de olhos postos no céu, alheio aos problemas do mundo e preocupado em não se contaminar com as questões do mundo... O discípulo de Jesus espera o Senhor profundamente envolvido e empenhado no mundo, ocupado em distribuir a todos os seus irmãos os "bens" de Deus e em construir o Reino.
Procuro viver com virtude a minha vida? Sou fiel a Deus e à missão que Ele me confia? Vivo atento e vigilante, de acordo com os ensinamentos de Deus? Como estou administrando os dons que Deus me confia? Ajudo os pobres e necessitados?
Ó Deus, meu bom Pai, dá-me a graça de ser verdadeiro discípulo/a do Teu Filho Jesus, agente de transformação na sociedade. Que eu possa, na vivência da caridade cristã, estender as mãos, especialmente, aos que sofrem e são oprimidos, comprometido em amar e ser solidário para com os pequenos, pobres e necessitados. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago