Celebramos a memória de Santa Catarina de Alexandria. Ela nasceu no Egito em 287 e ali foi martirizada em 305. Ainda muito jovem, converteu-se no cristianismo e deu precioso testemunho de fé e de caridade. Renunciou às riquezas e consagrou-se inteiramente a Cristo, ajudando os pobres e necessitados. A seu exemplo, sejamos anunciadores da ressurreição no cotidiano da vida, fazendo o bem ao próximo.
Na primeira leitura, temos uma interpretação a respeito da morte do rei Antíoco. Ela é interpretada como manifestação do juízo de Deus. Começa por apontar a avidez com que ele vai à conquista da cidade, certo de que realizará os seus intentos. Mas tal não sucedeu. Seguem-se outras más notícias: a derrota das suas tropas na Judeia (vv. 5s.); a destruição dos ídolos pelos Israelitas e a fortificação do santuário (v. 7). A derrota atinge o rei como uma doença (vv. 8s.). Antíoco IV Epifânio, que personifica o mal, é fisicamente anulado de tal modo que não consegue levar a termo os seus maus projetos. Vendo-se às portas da morte, toma consciência dos seus crimes e do castigo que merece (vv. 10-13). Mais do que arrependimento, mostra resignação perante o castigo que justamente o atinge, por causa da profanação do templo e do mal feito a Israel (v. 13).
No Evangelho, a pergunta dos saduceus manifesta uma mentalidade materialista e fechada à lógica do céu. Não se trata de levar ou não a mulher para a outra vida. A vida depois da morte será algo de completamente novo e inesperado. Jesus fala de imortalidade e diz que as relações interpessoais, na vida eterna, serão de outra ordem: não nos fecharemos na relação com uma pessoa, mas estaremos abertos a todos e a Deus. Os ressuscitados serão “semelhantes aos anjos”. Não se trata de uma expressão de desprezo pelo matrimônio, mas da afirmação de que a vida eterna será diferente da vida deste mundo: mais próxima de Deus a quem louvaremos e serviremos, como fazem os anjos. Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos, diz Jesus (v. 38).
Esforço-me para ser bom e para fazer o bem? Tenho colocado meus dons a serviço? Acredito nas palavras de Jesus a respeito da vida eterna? Vivo em comunhão com Ele para, um dia, viver eternamente no céu essa vida de plenitude? Em que a Palavra de Deus hoje mais me ajuda?
Senhor, tenho medo da morte. Tenho medo da morte dos outros, dos que me são queridos, daqueles que não consigo dispensar. Dá-me olhos puros, que me permitam ver para além das aparências, para além do muro de sombra, que me separa de Ti. Dá-me um coração simples, que não sucumba diante das interrogações que não têm resposta. Faz-me compreender o sentido da vida e da morte. Ajuda-me a aceitar o teu silêncio e a ausência de respostas para tantas questões que me atormentam. Ajuda-me a acreditar sempre que és o Senhor da vida e da morte. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago