Na primeira leitura, do livro de Daniel, vemos que o rei Nabucodonosor teve um sonho que lhe agitou o espírito e lhe fez perder o sono. Os seus escribas, magos, feiticeiros não conseguiram interpretar esse sonho, porque só Deus pode desvendar os mistérios (v. 28). E Ele o faz aqui através de seu servo Daniel. Este narra a visão que o rei tivera e que tanto o assustava e explica o significado da visão: depois de Nabucodonosor, vão suceder-se quatro reinos, cada um dos quais suplantará o anterior, numa progressiva decadência. Então surgirá, por obra de Deus, um reino que aniquilará os outros, simbolizado pela pedra, para afirmar a soberania eterna de Deus, que põe termo ao domínio humano. Nesta pedra, desprendida da montanha, “sem intervenção de mão alguma” (v. 34), reconhecemos o Cristo, o ungido de Deus, Seu Filho, Rei e Salvador, que veio para proclamar e para estabelecer o seu Reino com a vitória sobre o mal. Reino de vida, de verdade e de salvação. Deus é o Senhor da vida e da história. A Ele, todo poder, honra e glória, pelos séculos dos séculos. Amém.
O fim do mundo e a vida futura marcam a espiritualidade cristã. É o que vemos no Evangelho, no "Discurso escatológico" de Jesus (Lc 17, 20-37). Às perguntas que os ouvintes fazem a Jesus –“Mestre, quando sucederá isso? E qual será o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” Jesus, diante do templo de Jerusalém, anuncia o fim daquele templo e, de certo modo, de tudo aquilo que ele simboliza. Anuncia o fim do mundo que se concretizará nessa catástrofe e em tantas outras. O ensinamento é claro: Tudo o que é deste mundo terá certamente fim, mais tarde ou mais cedo. O mais importante é acolhermos a sua Palavra e nos deixar guiar por Ele, enquanto aguardamos a sua vinda. A sua Palavra nos ajudará a discernir pessoas e acontecimentos e a optar pelos valores que Ele nos propõe. Há muita gente que anuncia a proximidade do fim do mundo, para nos aterrorizar, e nos oferece caminhos de salvação. Jesus não faz isso. Ao contrário, Ele nos alerta “cuidado para não serdes enganados” (v. 8). Mesmo quando fala do fim do mundo, Ele se preocupa em nos iluminar e em nos confortar. O mundo, e assim todos nós, não caminhamos para a morte, mas para a plenitude da vida. Confiar, vigiar, ser perseverante.
Vivo com fidelidade minha fé? Sou perseverante, seguindo nos caminhos de Deus? Procuro acolher a Palavra de Deus e colocá-la em prática? Que preocupações eu trago em relação ao fim do mundo e à vida futura? Em que a Palavra de hoje mais me ajuda?
Senhor, Pai santo, com o óleo da alegria consagrastes Sacerdote, Jesus Cristo, Nosso Senhor, para que, oferecendo-se no altar da cruz, como vítima de reconciliação, consumasse o mistério da redenção humana e, submetendo ao seu poder todas as criaturas, oferecesse à vossa infinita majestade um reino eterno e universal: reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz. Por isso, com os coros dos Anjos e dos Arcanjos, e com todos os coros celestes, quero hoje e sempre, Senhor, proclamar a Tua glória. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago