O tempo de Advento é um período diferenciado na Igreja. Gosto muito do Advento!
Sua capacidade simbólica é impressionante: possui cor, cheiro, textura. Está repleto de esperança que se aninha em uma vida festiva ao lado do Senhor. O tempo do Advento mostra, sem reservas, que fé não é algo estático, morto e sem graça. Aqueles homens e mulheres que optam e aderem à fé em Jesus Cristo estão atados àquela espera certa e que não gera dúvidas: haverá um banquete de ricas iguarias com vinho puro e pão. Não haverá mais divisões, todos os povos serão um só nesta mesa, posta pelo Senhor.
Esta esperança cheia de vida e de cor se concretiza em Jesus que olha o povo e o recebe. Todos estão perto de Jesus. Eles são curados de suas vidas cinzas, sem esperança e sem expectativas. São postos de pé para caminharem com segurança. Ouvem. Falam. Tudo na perspectiva do “novo”. O povo se encanta e se deixa admirar porque o Senhor está no meio deles, e cuida de todos qual pastor a seu rebanho. Jesus não os deixa sem amparo e alento.
No alto daquele vale o Senhor ainda insiste: três dias estão comigo e nada têm para comer? É preciso alimentar o povo dar a oportunidade para que a esperança não seja rompida pelo desespero causado pela fome, um monstro terrível e mau. Não posso despedi-los, podem perecer pelo caminho. Os que eram coxos podem cair novamente. A fome pode cegar os que voltam a ver, pode silenciar os pobres e humildes que enfraquecidos pelo caminho, sucumbem a esse fantasma assustador da fome.
O que tem se partilha. Parece pouco, mas é muito, o Senhor está ali. Corações generosos sempre conseguem fazer o grande milagre da partilha, que cura outros corações. A generosidade é abundante e transbordante. O que sobra não é excesso, o que sobra é símbolo de que o banquete do Senhor é muito mais generoso do que se pode imaginar.
Ah meus irmãos e irmãs, o Senhor que o grande profeta Isaías nos anuncia em profecia está no meio de nós. O tempo do Advento é o tempo da conversão em largueza, isto é, o tempo de nos convertermos pela alegria e pela esperança. O Senhor prepara o banquete e nós todos, todos, todos, somos convidados. A conversão é a conversão de mãos dadas de todos para dentro da casa do Senhor que, na Colina, oferece um rico banquete aos seus.
Que aprendamos dessa realidade saborosa a alegria da generosidade e do acolhimento que curam, resgatam e transformam a todos. Sejamos generosos como Jesus. Acolhamos como Jesus acolhe. Transformemos, hoje, nossas vidas e as vidas dos irmãos e irmãs em um rico banquete que cura na esperança e na alegria.
Pe. Jean Lúcio de Souza