Quando ouvimos o profeta proclamando que um povo justo, cumpridor da palavra, firme em seu propósito é um povo onde todas as consciências estão em paz, e que trata-se de um povo que confia e espera sempre no Senhor, nos reportamos imediatamente para o Evangelho de hoje.
De fato, Jesus nos diz, que não basta dizer: “Senhor! Senhor” ou reconhecer que Ele é o Filho de Deus enviado para nos comunicar da boa notícia do Reino, afinal, até os demônios reconhecem essa realidade revelada.
Então onde está a diferença, que brota, como rebento novo, para nossas vidas? A diferença está naquilo que o profeta diz: um povo cumpridor de sua palavra e firme no propósito, ou seja, é preciso crer e viver o que professamos, é preciso colocar em prática a vontade de Deus nosso Pai anunciada por Jesus Cristo, pois, só assim, seremos esse povo cujas consciências permanecem em paz.
Algum desavisado poderia dizer: minha consciência está em paz, não faço nada de “ruim”, mas a grande questão é se estamos adequando nossas vidas, todos, à vontade do Pai. Essa casa comum onde habitamos é uma casa feliz, símbolo de esperança, acolhimento, generosidade, bondade e mansidão? Ou somos um povo rabugento, que reclama de tudo, rotula a todos, que criamos guetos dos salvos e não salvos? Será que ainda escolhemos quais as pessoas receberão nossa generosidade, nosso acolhimento, nossos atos de bondade e de compaixão?
Diante do proposto, a figura do homem prudente e do homem “sem juízo”, sem capacidade de discernimento e que escolhe a ausência da paz, são muito claras para nós. Construir a casa sobre a rocha é construir e edificar a vida pessoal, social e eclesial sobre os alicerces firmes da Palavra de Deus, por outro lado, edificar a casa sobre a areia, frágil, incerta e instável é edificar a vida em solo não seguro e respeitável, onde, qualquer dificuldade levará a casa à ruína.
Portanto, ouvir a esperança do profeta que proclamou o povo justo, cumpridor da palavra, firme em seu propósito é justamente o povo de consciências em paz porque edificou sua casa sobre a rocha da confiança e espera na Palavra do Senhor, ou seja, um povo, que não somente diz “Senhor! Senhor!”, mas um povo que em tudo cumpre a vontade do Pai.
Pe. Jean Lúcio de Souza