A esperança que se renova no Advento, esse tempo de espera salutar, é a esperança de que o caminho percorrido ao lado do Senhor, esse caminho endireitado, acertado, aplainado, embora pareça cansativo, longo e por vezes coberto pela penumbra das dúvidas humanas, esse caminho é o caminho do Senhor, feito para chegar. Ele está conosco. Ele caminha conosco. Não podemos nos deixar abater.
Como diz o profeta “os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem cansar, caminham sem parar”. Enquanto inda somos peregrinos vivemos uma espécie de Advento contínuo, estamos sempre à espera do Senhor que virá ao nosso encontro.
Nossas vidas estão repletas de mistérios e situações que questionam a nós mesmos. Muitas coisas boas estão por aí e chegam para nos trazer alegrias. Mas, e quando chegam as dificuldades, como ficamos? Cansamos!
Cansamos por causa, quem sabe da rotina? O cotidiano muitas vezes nos deixa tensos, suga nossas perspectivas, deixamos de querer olhar para frente para fincar os olhos apenas na enfadonha realidade que nos assola, aquela realidade que de alguma forma deixamos que se apossasse de nós e sem coragem para mudar, adaptamos. Cansamos por causa das dificuldades, das tristezas e dores que sobrevêm. Quem nunca se cansou por causa das dificuldades ou tristezas que encontramos no meio do caminho. Nem se parecem com aquela cruz do discipulado, ela é tão adversa que às vezes perguntamos a nós mesmos se tal situação era para nós mesmos, de tanto que pesa e... cansamos! Cansamos porque nos desiludimos. Ah as desilusões da vida, confiamos demais nos outros, nas situações, nos propósitos, no emprego, no carro, na igreja e as desilusões chegam para nos dizer que, assim como não somos infalíveis, o outro também não é. Cansamos de nós mesmos e dos outros. Por isso, tendemos à desistência.
Então, chega Jesus e diz: vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso de vossos fardos, e eu vos darei descanso.
Ah estou ouvindo Jesus nos dizendo: pode chegar e desabafar, vamos conversar? Quer um abraço? Vou servir um pedaço de pão sovado docinho e um copo de leite com um pouquinho de mel para robustecer e fortalecer, enquanto isso, conversamos, vai ser bom!
Consigo perceber o olhar sem julgamento, a calma, o silêncio e o afeto de quem se interessa por todas as palavras que são ditas, passo a passo. Tudo é importante para Jesus. Depois Ele fala e cada palavra que Ele diz retira dos nossos ombros as coisas que achamos que são nossas e não são. Aquela ferida que dói pelas desilusões Ele vem e coloca azeite e vinho, depois enfaixa, enquanto escuta a gente contando onde caímos e porque caímos. Ah quem sabe à beira de um lago cristalino Ele diz beba água, coloque teus pés ali, na agua fria, olhe a natureza em volta e descanse, você precisa parar, está ofegante: calma!
Sim... Ele nos oferece o descanso. Depois Ele dirá, vem comigo e eu te vou mostrar o que no caminho é seu. O que é para você é o que é para Mim. O que é para Mim é leve e é suave, por caminhamos juntos. Tudo ficará mais fácil... tudo irá bem!
Ah que esperança é essa Senhor!?
Pe. Jean Lúcio de Souza