Irmãos e irmãs, nesta segunda-feira do Advento temos diante dos olhos um texto muito bonito! O texto da narrativa da origem de Jesus traz marcas muito importantes para a caminhada da Igreja, povo santo de Deus!
Em um primeiro plano podemos notar a situação vivida por José e o que ela implica na história da salvação. Depois podemos chamar a atenção, dentre outras possibilidades, para os nomes dados ao Menino que vai nascer.
Vamos lá?
A temática em torno de José é muito importante, porque o Menino que vai nascer deve nascer dentro da “casa de Davi”, deve ser um herdeiro, da linhagem de Davi. Quem poderia conceder essa linhagem senão o pai via paternidade legal? Há, sem dúvidas o embaraço causado pela dúvida sobre seu compromisso (sério) com Maria. Havia uma promessa e neste caso, muito séria, algo que liga à vida, um compromisso honroso, legal e que implicaria em várias situações caso fosse rompido.
José, percebendo o fato ocorrido com Maria, e por não saber se se tratava de uma violência ou uma traição, opta por assumir a responsabilidade do rompimento do compromisso/noivado. Ele se afasta. Esse afastamento implica a “negar” a Jesus a origem davídica. Mas o justo José não sabia dos fatos e ao receber em sonho a mensagem divina recebe Maria, mas mais do que isso, recebe o Filho de Deus e o insere na linhagem da casa de Davi e o nominará!
Os nomes dados ao Menino, Jesus e Emanuel, refletem a missão do Senhor. O nome Jesus possui raiz no verbo salvar, ou seja, o Menino vem para salvar seu povo de seus pecados. Curiosamente, quando João Batista apresenta Jesus ao povo, ele o apresentará como o Cordeiro que será imolado e que tira o pecado, cura essa peja terrível da humanidade. Toda significação nos Evangelhos irá nos apresentar Jesus com esta marca específica de quem “salva” todos, o tempo todo.
O nome Emanuel – Deus conosco – nos aponta a presença de Jesus no meio de nós. Aliás, como apresentado ontem, domingo, João Batista diz claramente não ser o Messias, porém declara que Ele está no meio do povo, embora o povo ainda não o conhecesse. E mais, será o próprio Mateus que, nos derradeiros versículos de seu Evangelho que nos apresentará o desejo de Jesus com relação à Comunidade dos fiéis: eis que estarei convosco, todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28,20).
Concluímos então que, José ao assumir o compromisso de ser o pai nutrício e legal de Jesus, confere a Ele a descendência davídica, mas também, ao dar-lhe o nome que lho fora ordenado conferir ao Menino, aponta o mistério que “rondava” o nascimento de Jesus, filho de Davi. O próprio Simeão confirmará o que fora revelado no sonho de José:
“Agora, Soberano Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque meus olhos viram a tua salvação...”. (Lc 2,29-30). Viram porque a Salvação está no meio de nós, porque Deus caminha conosco até que tudo chegue à finalidade do Evangelho.
Pe. Jean Lúcio de Souza