É interessante a cena do Evangelho de hoje e como nos é apresentada nesse formato com características assustadoras e ao mesmo tempo consoladoras.
Um dos fatos que chama a atenção é como, de certa maneira, Lucas apresenta Zacarias e Isabel à semelhança de Abraão e Sara. Que isso significa? Em um primeiro momento, apenas querer situar os fiéis de origem hebreia na realidade que será posta diante deles, como continuidade à ação do Deus do impossível na história da salvação. Contudo, há um outro sinal que é importante, o nascimento que fora anunciado, cercado de mistério, já é um prenúncio de que algo diferente está acontecendo e irá transformar a vida da comunidade.
Embora a mudez tenha sido aplicada a Zacarias que “pede” do anjo um sinal ante a velhice do casal, contudo, as maravilhas do Senhor foram proclamadas pelo casal sacerdotal porque Deus, Senhor do impossível, retira Zacarias e Isabel da humilhação dando a eles o que esperavam.
O que esperavam? Um filho! O nascimento de João Batista, dentro de uma família sacerdotal, de esposos justos e que buscavam viver as dimensões da fé de modo radical aponta, já ali, a radicalidade da promessa cumprida e da vida que seu filho haveria de assumir para sua vida também. João será símbolo de alegria, de grandeza profética no meio do povo e será plenamente consagrado a Deus, desde o ventre materno. Será o precursor, caminhando à frente do povo com o poder de Deus!
Que beleza essa narrativa de Lucas!
Pe. Jean Lúcio de Souza