O texto de Lucas neste dia traz para a comunidade dos fiéis um cântico, ou como diz Bergant e Karris, o salmo de Maria. O Magnificat tem um conteúdo riquíssimo e liga-se ao salmo de Haná cantado em 1Sm 2,1-10.
O que está ressaltado no texto de hoje e que nos chama a atenção está centrado na efetiva e eficaz bondade do Deus de Abraão, isto é, ao iniciar seu cântico, Maria-Mãe já ressalta que sua alegria e seu júbilo estão ligados à ação salvífica de Deus: “meu salvador”!
Maria já, de antemão lança, por sua voz, em seu salmo, que o Senhor nosso Deus é o salvador de seu povo, de sua nação e que Ele mesmo nos resgata em seu amor de Pai.
Mas também, Maria proclama que Deus Salvador ao olhar para Maria considerou sua humildade e que ela, dando continuidade ao “faça-se”, sempre será sua serva para em tudo servir à Sua santa vontade, por isso, separada para Deus, é feliz (bem-aventurada) e nela o Senhor, Deus do impossível fez maravilhas. A gestação de Maria já é considerada “uma grande coisa em seu favor!”, porque o Filho é Rei de todas as nações e as resgatará pelo Pai.
Deus Salvador é Santo, é Misericordioso, Ele é forte, Justo, Ele dispensa Sua graça a todos e dá alimento aos famintos. Ele, Salvador que é, socorre a casa de Israel, servo, lembrando Sua promessa a Abraão e sua descendência.
A bondade de Deus-Salvador é multiforme e sua ação não desampara, pelo contrário, anima-nos a todos da mesma maneira que anima Maria. Sua bondade é misericordiosa e perdoa, recria, refaz. Sua força é nossa alegria, Sua justiça nos contém e nos alimenta com o Pão vivo descido do céu, feito Homem no seio de Maria. Ele se permite ser fiel àquela promessa que estabelecera a Abraão de socorrer-nos todos qual Pastor à ovelha ferida!
Com Maria-Mãe podemos também cantar confiantes que nossas almas se alegram em Deus, nosso Salvador Misericordioso.
Pe. Jean Lúcio de Souza