Desde o início do mês de Dezembro e, com ele, o início do tempo do Advento, venho, de alguma maneira, falando em esperança e em vigília. Essas últimas semanas os temas já mencionados ganharam cada vez mais forma e força, onde a esperança/espera e o vigiar se materializaram em cenas muito humanas, tomadas pela graça divina.
Começamos, claro, pelos anúncios dos nascimentos de Jesus e de João e o desenrolar desses primeiros momentos. Há, no entanto, durante o anúncio do nascimento do filho de Zacarias (19/12) todo um mistério que se desenvolve desde o serviço sacerdotal de Zacarias à notícia de sua mudez, contudo, algo interessante, de tudo que fora dito, ficou gravado, ou seja, Deus mesmo escolhe o nome do menino: “e tu lhe darás o nome de João”.
O nome dado ao menino liga-se à sua missão, pois João, dentre muitos significados aplicados ao precursor pode ser: ternura de Deus, “o que mostra Deus”, “graça de Deus”, “o Senhor é favorável”, “o Senhor Misericórdia”, ou seja, percebemos de que forma Deus, nosso Pai, alcança João.
Ele é ternura de Deus? Como de fato foi acolhendo tantos quantos, desejosos de mudança de vida, confessavam seus pecados, eram batizados e seguiam o caminho novo. É graça de Deus estando no meio da comunidade como arauto, voz que proclama a vida. É sinal da misericórdia de Deus tanto quanto cria a ponte entre Jesus e o povo. E João é “o que mostra Deus”, sim todas as vezes que ele mesmo, olhando para Jesus exclamou ao povo “eis o Cordeiro de Deus”.
Ao escrever na tabuinha – seu nome é João – o Senhor nosso Deus favorece mais uma vez Zacarias que responde à benção cantando seu salmo, Benedictus. A obediência a Deus e o respeito à Isabel que se impõe frente a todos, honrando o que seria o desejo de Deus para o menino, desata a língua do velho sacerdote que, à semelhança de Abraão, segue seu caminho cumprindo a vontade de Deus em sua vida.
Celebremos com a família de Zacarias todos esses sinais. Aprendamos com eles a beleza da esperança, porque Deus nunca falha. Sejamos vigilantes e silenciosos, contemplando o grande mistério de Deus em Jesus Cristo. Vivamos a espera santa deste advento e digamos nesses derradeiros dias: Maranatha!!!
Pe. Jean Lúcio de Souza