Esta festa realça o episódio bíblico ocorrido no templo de Jerusalém. José e Maria levam o Menino Jesus ao templo, oferecendo-o ao Pai. Como toda a oferta implica renúncia, a Apresentação do Senhor é já o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José unem-se à oferta do seu divino Filho estando a seu lado e colaborando, cada um a seu modo, na obra da Redenção. As luzes que os fiéis trazem em procissão nos lembram que foi nesse dia que Simeão chamou Jesus de “Luz para iluminar as nações”. Deixemo-nos iluminar pelo Cristo, Luz do mundo.
Hoje também celebramos a primeira sexta-feira do mês, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Alimentemos essa espiritualidade, nas alegrias de celebrar, nesse ano, os 150 anos de consagração de nossa Arquidiocese ao Sagrado coração de Jesus.
Nesse dia, o Papa Francisco nomeou o Monsenhor Danival Milagres Coelho, de nossa Arquidiocese de Mariana, bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia. Bendigamos a Deus pela graça de poder nossa Arquidiocese oferecer mais um filho seu para servir na ordem do episcopado. Deus abençoe, copiosamente, a nova missão de Dom Danival.
Na primeira leitura, o profeta Malaquias fala de dois mensageiros: um prepara a vinda do Senhor e outro realiza a Aliança, é o Esperado. Esta profecia se concretiza em João Batista e em Jesus Cristo. Um é o precursor; o outro é o Messias esperado, de origem divina, o Redentor. O primeiro prepara o caminho; o segundo entra efetivamente no templo, santificando, pela oferta de si mesmo, o sacrifício da nova Aliança.
Na segunda leitura, o autor da Carta aos Hebreus nos recorda que a carne e o sangue, submetidos ao poder da morte pelo inimigo, ou seja, o diabo, são agora divinizados e libertados por Cristo, Deus feito homem. A descendência de Abraão, então, é restituída à vida. O Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo é o sacerdote, mediador na sua divindade e humanidade, da fidelidade de Deus, o Pai, que n’Ele realiza a obra da salvação em favor do novo Israel, que é toda a humanidade.
No Evangelho, vemos os pais de Jesus, de acordo com a lei mosaica, 40 dias depois do nascimento do primeiro filho, irem ao Templo de Jerusalém para oferecer o primogênito ao Senhor e para a mãe ser purificada. Mas este rito não foi exatamente igual aos outros. Nos ritos comuns, eram os pais que apresentavam os filhos a Deus em sinal de oferta e de pertença; neste rito é Deus que apresenta o seu Filho aos homens. Ele o faz pela boca do velho Simeão e da profetisa Ana. Simeão apresenta-O ao mundo como salvação para todos os povos, como luz que iluminará as gentes, mas também como sinal de contradição. O encontro de Jesus com Simeão e Ana no Templo de Jerusalém é símbolo de uma realidade maior e universal: a Humanidade encontra o seu Senhor na Igreja. No Templo, Simeão reconheceu Jesus como o Messias esperado e proclamou-O salvador e luz do mundo. Compreendeu que, doravante, o destino de cada homem se decidia pela atitude assumida perante Ele; Jesus será ruína ou salvação. É o que acontece também hoje: no novo templo de Deus que é a Igreja, os homens “encontram” Cristo, aprendem a conhecê-lo, recebem-no na Eucaristia; a sua Palavra torna-se, aí, para eles, luz e o seu corpo força e alimento para levar avante a missão batismal. Israel (e nós hoje, o novo Israel), pode estar descansado: a sua história não acaba em vão. Simeão viu o Salvador e sabe que a meta agora é o triunfo da vida. Deus é bom, fiel e misericordioso.
Deixo-me conduzir pela Luz que é Jesus? Tenho sido para as pessoas um sinal de luz ou de trevas? Dou testemunho desta Luz, ajudando as pessoas a celebrar na vida o encontro com Jesus, Luz do mundo? Em que essa festa me ajuda a caminhar nos caminhos do Senhor?
Ó Jesus, eis-me aqui para fazer a tua vontade. Quero estar atento e ouvir as tuas ordens, os teus desejos, que me chegam através da tua Palavra, das orientações dos teus representantes na terra, dos acontecimentos da minha vida e da vida dos meus irmãos e irmãs. Uno-me à oblação generosa do Teu divino Coração. Que queres que eu faça? Fala, Senhor, que o teu servo escuta. Ilumina-me com a tua luz divina e ajuda-me a refleti-la em favor de meus irmãos e irmãs. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago