A carta de Tiago oferece normas práticas de vida cristã. Ela contém verdades universalmente válidas, isto é, aplicáveis à vida de todos os que abraçam a fé cristã. Hoje, a introdução da carta nos lembra que as dificuldades e sofrimentos põem à prova a nossa fé e revelam em quem pomos a nossa esperança: se em Deus ou em nós mesmos. Tiago afirma que só a sabedoria, que vem de Deus, permite considerar as provações como perfeita alegria. A sabedoria do mundo a considera loucura. Ele conclui nos exortando a pedir a sabedoria da cruz que nos vem da fé e se manifesta nas obras boas. A fé sem obras é nula.
O Evangelho de hoje situa-se na no contexto da «seção dos pães» (Mc 6, 30-8,26) e mais precisamente na reação dos fariseus (8, 11-13) e dos discípulos (8, 14-21) à revelação cristológica. Os fariseus não reconhecem o valor do milagre da multiplicação dos pães realizado por Jesus. Daí a provocação: dá-nos “um sinal do céu” (v. 11). Jesus percebe, imediatamente, a intenção dos fariseus e lhes responde, categoricamente: “sinal algum será concedido a esta geração” (v. 12). A expressão “esta geração” (v. 12), na literatura profética, indica o povo de Israel infiel à Aliança, que exige sempre de Deus novas manifestações do seu poder. Vale não só para os fariseus, mas também para todos aqueles que procuram sempre novos sinais para acreditar. Talvez também nós sejamos vítimas da miopia religiosa que afetava os fariseus. O texto aponta para Jesus, Ele, sim, é o sinal dado aos homens para que acreditem.
Que sabedoria busco, a do mundo ou a de Deus? Procuro testemunhar a minha fé com boas obras? Quero sempre novos sinais para acreditar, para guardar a minha fé? O que busco um Deus que realiza milagres ou os milagres de Deus?
Senhor Jesus, faz-me compreender que é nas provações que produzes em mim a virtude, que não é derrota, mas progresso no amor. Faz-me compreender que é nas provações que me unes à tua Paixão gloriosa e à tua vitória sobre o mal e sobre a morte. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago