“Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro?”
Dn 3,34-43; Sl 24; Mt 18,21-35.
1. Coloco-me na presença de Deus, para ouvir o que Ele tem a me dizer:
- Faça silêncio, por alguns instantes, aquiete o seu coração.
2. Medito a Palavra de Deus: O que ela diz para mim?
- O Evangelho de hoje se encerra num contexto em que Jesus fala da correção fraterna e da concórdia na comunidade.
- Como vimos, Pedro interroga Jesus sobre o limite do perdão e Jesus lhe responde que a medida, em verdade, é sem medida, ou seja, perdoar sempre.
- Na parábola vemos que o servo devia ao rei uma quantia impagável.
- Ocorre que este mesmo servo tinha um companheiro que lhe devia extraordinariamente menos.
- A generosidade recebida não se transformou em generosidade doada.
- Os que presenciaram a cena, profundamente tristes, recorrem ao rei, que poderia sanar aquela injustiça.
- A história se inverte: do mesmo modo como tratou o companheiro, é agora tratado...
- A misericórdia com a qual Deus lhe acolhe é para você modelo de ação? Você se sente portador da misericórdia divina? É de ficar guardando mágoas, ódios, desejo de vingança... em seu coração, ou busca a reconciliação? O que é mais constante em você, a compaixão e o perdão, ou a dureza do coração, o fechamento nos seus “pretensos direitos”, incapaz de estender a mão, de agir com misericórdia?
3. Reze à luz dessa Palavra:
- Nesse Evangelho, vemos Pedro, sempre impulsivo, questionando Jesus a respeito do perdão. Ele julga escapar à rede da vingança ilimitada, dizendo-se disposto a perdoar “até sete vezes” (v. 21). Julgava que estava sendo muito misericordioso...
- A misericórdia de Deus para conosco deve modelar o nosso modo de agir em relação aos outros, deve fazer de nós portadores da misericórdia divina.
- Reza, confiante, pedindo a Deus, essa graça de perdoar sempre, como Deus age com você... esteja atento à parábola, procure não a reproduzir em sua vida... perdoar e perdoar sempre...
Oração
Pai santo, rico em misericórdia,
lento para a ira e grande no amor.
Diante da bondade do teu coração, sinto-me pequeno e mesquinho.
Quantas vezes tens usado de paciência e compaixão para comigo! Hoje, quero me comprometer a me tornar participante
da tua misericórdia e do teu amor.
Depois de os termos recebido tão generosamente,
quero transmiti-los, difundi-los,
oferecendo-os a quantos me têm ofendido.
Como Tu me perdoaste,
assim quero também perdoar meus irmãos e irmãs,
para continuar a merecer o teu amor e a tua misericórdia.
Amém.
4. Da contemplação para a ação:
- O tempo da Quaresma é propício para buscar o perdão de Deus e perdoar ao irmão e irmã...
- Deus nos ama e está sempre disponível para nos perdoar, ainda que sejam grandes os nossos pecados.
- Experimentamos a misericórdia de Deus, mas não a deixamos transparecer na relação com os outros.
- Diante de Deus, somos todos devedores de uma dívida impagável. Ele nos perdoa gratuitamente.
- Mais uma vez, Deus quer nos dar, para além de tudo, a felicidade de darmos sem nada querermos receber, a felicidade de participarmos na festa da reconciliação, na glória dos filhos e filhas de Deus, comprados com o sangue do Filho, derramado para remissão dos pecados.
- Terminando sua meditação, examine-se em que pontos você poderia melhorar e não deixe de fazer anotações breves no seu caderno de vida.
Pe. Marcelo Moreira Santiago