Quaresma, de fato, é um período de conversão. Conversão é mudar o caminho, fazer o caminho de volta para o Senhor. É escolher viver em Sua santa presença seguindo-O, estando com Ele em todos os momentos de nossas vidas.
Quando caminhamos de volta para o Senhor descobrimos seu caminho de amor, conhecemos sua vontade, amamos a Deus e não perdemos tempo julgando e condenando os outros.
A diferença entre os personagens que se encontram no Evangelho de hoje está na dimensão do caminho feito de volta para o Senhor. Um, muito justo aos olhos da sociedade, apresentava seus sacrifícios diários no templo com todo rigorismo que a lei exige e os cumprira com diligência, no entanto, distancia-se da misericórdia e do amor: “não sou como esse cobrador de impostos”.
O cobrador de impostos não se importa com o “redor”, ele se volta para dentro de si, reconhece suas faltas e pede que o Senhor tenha misericórdia dele: “meu Deus tem piedade de mim que sou pecador”.
Ele reconhece quem é Deus: o Deus da misericórdia e do amor. Deus que olha nossa humilhação e nossa disposição em voltarmos para Ele, viver em Sua presença. Mesmo sendo e se descobrindo dia e noite enquanto pecador, decide não se afastar de Deus, decide ser com Ele e esperar em sua misericórdia. Aos poucos vai se libertando para Deus.
Essa é a conversão esperada.
Pe. Jean Lúcio de Souza
