RETIRO QUARESMAL PAROQUIAL. REFLEXÃO DIÁRIA. 18 de março. Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma: Is 1,10.16-20; Sl 49;Mt 23,1-12.

- A oração de ontem era a nossa voz clamando pelo perdão. Hoje, vem a resposta de Deus: “Vossos pecados, embora escarlates (vermelhos), branquearão como neve” (Is 1,18).

- A oração de hoje nos convida a sermos mais sinceros e autênticos em nossas atitudes religiosas. Afinal de contas, por que buscamos o perdão de Deus?

• Para começarmos uma vida nova, longe do pecado, deixando de fazer o mal e aprendendo a fazer o bem (Is 1,16-17).

- Devemos mostrar esforço de conversão – tirar a maldade, praticar o bem, proteger o órfão e a viúva... (Is 1,17).

• Devemos também evitar as práticas superficiais que são apenas uma etiqueta religiosa, sem conexão com a vida cristã e que não procura beneficiar o próximo, apenas dar uma impressão de dever religioso cumprido.

Pedido de graça da semana:

Senhor, que eu possa ordenar minha vida e minhas práticas

evitando todo pecado e me tornando seu servidor e do próximo

cumprindo, de todo coração, seu mandamento de Amor.

“Eles falam, mas não fazem” (Mt 23,3)

- No Evangelho, Jesus critica a atitude hipócrita dos fariseus que agem para serem vistos pelos outros e cujo único desejo é receber reconhecimento social por suas ações.

- Importante lembrar que cumprir o que nos pede o Evangelho é motivo de alegria e de certo orgulho, mas nunca deve ser motivo de arrogância e de superioridade diante dos outros.

• Entre os cristãos deve haver igualdade e colaboração, não uma disputa de poder ou qualquer competição sobre quem faz o maior esforço em suas devoções.

- Guarde para a sua vida: O que caracteriza o autêntico discípulo de Jesus é o serviço a Deus e ao próximo, feito com humildade e alegria.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 23,1-12

- Leia o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por São Mateus... Deixe-se conduzir pelo Espírito ao deserto de seu interior... Contemple a cena em que Jesus fala à multidão e aos seus discípulos, exortando-os a vencer toda hipocrisia ...

- Jesus, depois dos debates no templo, dirige-se à multidão e aos discípulos para continuar a falar a respeito dos escribas e fariseus.

• Ele desmascara a sua incoerência (vv. 2- 4), a ostentação e vanglória (vv. 5-7), e dirige-lhes os sete «Ai de vós» (vv. 13-36) que desembocarão no “lamento” sobre Jerusalém (vv. 37-39).

- Por outro lado, Ele põe de sobreaviso os discípulos, e assim a todos nós, contra o vício da ambição (vv. 8-10), gangrena da comunidade já nos tempos em que foram redigidos os evangelhos.

• O formalismo, a busca de prestígio pessoal, profanam a religião e a tornam idolátrica.

- A conclusão que Jesus apresenta é a de não se pode ser deixar de escutar a Palavra proclamada por chefes incoerentes, mas usar o discernimento para fazer o que eles dizem e não fazer o que fazem.

• Acima de tudo, ter o olhar bem fixo em Jesus, o verdadeiro Mestre, o fiel intérprete do Pai.

- Com que espírito vivo a minha fé, para “ser visto” pelos outros, ou por amor? Trago em mim, a alegria de sempre servir? Procuro praticar a minha fé ou ela se expressa em mim “da boca para fora”? De que preciso me converter para viver com coerência e fidelidade o que Deus me pede.

- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você, despertando-o para passos e horizontes ainda maiores de vida... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia...

Senhor Jesus, Cordeiro imolado,

eis-nos aqui, manchado pelas minhas culpas.

Derrama sobre mim o teu sangue imaculado,

para que me purifique, renove e me torne capaz de corresponder

 ao teu amor fiel e misericordioso.

Tu que amas a santidade e queres realizá-Ia também em mim,

lava-me no teu sangue precioso e me transforma, interiormente.

Faz-me mais branco do que a neve.

Então, tendo experimentado o teu amor,

possa corresponder-lhe com uma vida de oblação generosa e total,

no louvor, na ação de graças, no testemunho,

para que todos possam escutar as maravilhas da tua misericórdia

e dispor-se a acolhê-Ias, para também serem transformados.

Amém..

- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?

- A Igreja nos faz escutar, hoje, palavras fortes e reconfortantes: “Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tomar-se-ão brancos como a neve. (Is 1, 18).

• Estas palavras caiem como bálsamo sobre a nossa ingratidão, superficialidade e malícia.
• Deus, na sua paciente misericórdia continua disposto a nos perdoar.

- Aqui, os nossos pecados não são apenas cobertos, do modo que a neve cobre a terra.

• Na verdade, a misericórdia divina os transforma em ocasião de graça, em fonte de amor.
• Isaías nos diz que os nossos pecados, ainda que sejam escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve...

- É essa a extraordinária maravilha que Deus quer operar em nós, apagando todas as nossas manchas, mesmo as mais horríveis, com um “detergente” muito especial, o sangue de Cristo, como nos diz o Apocalipse: “lavaram as suas vestes no sangue do cordeiro” (7, 14).

- O sangue de Cristo, derramado por nosso amor, é a nossa única garantia de purificação e de salvação.

• Não é a simples observância exterior dos preceitos, com que, por vezes, nos gloriamos, em vez de darmos glória ao Senhor.

- A nossa vida, o nosso culto, como nos recomenda Isaías, deve ser expressão de que conhecemos o amor de Deus e queremos corresponder de modo generoso e total à sua fidelidade para conosco.

• Os sacrifícios e as ofertas nada valem, se o ouvido e o coração, seduzidos pelo pecado, estão endurecidos e não reconhecem o amor misericordioso e fiel de Deus para conosco.

- Só a Palavra de Deus, escutada pelo ouvido, descida ao coração, guardada com amor e praticada com simplicidade, nos torna sensíveis ao amor de Deus e nos leva a corresponder-lhe com sinceridade de coração.

- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... agradeça por poder contemplar essa cena exortando à vivência autêntica da fé...

- Reze a oração do Pai-Nosso e, a seguir a da CF-2025:

Ó Deus, nosso Pai,

ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!

O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,

e hoje experimentamos suas consequências.

Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:

dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento

e da conversão de nossas atitudes.

Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão 

que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,

no cuidado e no respeito à vida.

Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.

Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,

na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste

para nós no Céu. 

Amém!

- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...

Pe. Marcelo Moreira Santiago