- Depois de uma longa caminhada quaresmal, chegamos à Semana Santa, na qual celebramos os mistérios da Paixão, Morte e ressurreição de Jesus.
- Jesus que tinha realizado sua missão nas periferias da Galileia, junto dos mais pobres e excluídos, agora entra aclamado, como rei, em Jerusalém, pelo povo simples.
- Ao longo desta Semana Santa, a contemplação dos “mistérios da Paixão”, acontece numa atmosfera de grande intimidade, de silêncio e compaixão.
Pedido de graça da semana:
Senhor, dá-nos fidelidade à vida até o fim,
para que possamos saborear a ressurreição
da criação inteira.
“Jerusalém, Jerusalém” (Lc 13,34)
- Com a sua entrada em Jerusalém, Jesus quis recuperar a cidade como lugar do encontro e da comunhão, como espaço da paz e da solidariedade, desalojando aqueles que se fechavam a qualquer tentativa de mudança.
- Jesus quis continuar anunciando e realizando na cidade de Jerusalém aquilo que fizera na região excluída da Galileia.
- Entrar em Jerusalém com Jesus é comprometer-nos com uma cidade mais humana e humanizadora, que sinaliza a presença do Reino entre nós.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 22,14-23,56
- Leia o Evangelho, sem pressa. Procure saborear o que ele diz... entrar na cena, registrada por Lucas apresentando o relato da paixão de Jesus... Deixe-se conduzir pelo Espírito de Deus...
- O Evangelho de hoje nos relata a paixão e morte de Jesus.
- Na cruz onde Jesus ofereceu a sua vida até à última gota de sangue, revela-se o incomensurável amor de Deus por nós; na cruz, Jesus nos diz que o amor até ao extremo gera Vida nova e eterna.
- Com a chegada de Jesus a Jerusalém e os acontecimentos da Semana Santa, chegamos ao fim do “caminho” começado na Galileia.
- Em Jerusalém, Jesus vai realizar o último ato do programa enunciado em Nazaré: da sua entrega, do seu amor afirmado até à morte, vai nascer esse Reino de homens e mulheres novos, livres, salvos, onde todos serão irmãos e irmãs no amor.
- Diante do que há de mais desumano em sua cidade, como você reage: É passivo? Suporta? Denuncia? Age?... Sua fé tem sido testemunhada em obras boas? Você reconhece, com mudança de vida, e da testemunho de Jesus crucificado-ressuscitado? Você, diante de seus irmãos e irmãs, está ao lado dos celebram Jesus, rei e senhor; ou dos que gritam “crucifica-o”? Em que a celebração desse dia alimenta em você a conversão de vida, a renovação dos bons propósitos da vida cristã?
- Converse com Deus... Deixe a graça de Deus “trabalhar” em você... Acolha, com abertura, as palavras do Evangelho deste dia... Reze confiante:
Jesus, Filho do Deus vivo,
nós Te bendizemos por esta revelação admirável
que Tu fizeste ao bom ladrão,
pela qual fortificas a nossa esperança:
“hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.
Em nome de todos os nossos irmãos e irmãs
mergulhados na dor e na infelicidade,
nós Te pedimos:
“No teu Reino, lembra-te de nós, Senhor”.
Amém.
- Pergunte-se: Em que a Palavra de Deus hoje me ajuda a viver? Que respostas de vida, Ele me pede?
- O relato da paixão e morte de Jesus é uma história de uma violência inaudita, perpetrada contra um homem que, na perspectiva daqueles que o conheceram bem e que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém, não fez nada para merecer a condenação decretada contra Ele.
- A morte de Jesus tem de ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida.
- Para concretizar este Projeto do Pai, Jesus passou pelos caminhos da Palestina “fazendo o bem” e anunciando a proximidade do Reino de Deus.
- O projeto libertador de Jesus entrou em choque – como era inevitável – com a atmosfera de egoísmo, de má vontade, de opressão que dominava o mundo.
- Por isso, decidiram calar Jesus: prenderam-no, julgaram-no, condenaram-no e pregaram-no numa cruz.
- Podemos também dizer que a morte de Jesus é o culminar da sua vida; é a afirmação última, porém mais radical e mais verdadeira (porque marcada com sangue), daquilo que Jesus pregou com palavras e com gestos: o amor, o dom total, o serviço simples e humilde.
- Quem olha para aquela cruz erguida numa colina fora das muralhas de Jerusalém e vê o testemunho que Jesus deixou, percebe como é que a vida deve ser vivida...
- Na cruz, vemos aparecer o Homem Novo, o protótipo do homem que ama radicalmente e que faz da sua vida um dom para todos.
- Termine sua oração com preces espontâneas e dando graças a Deus por esse momento... louve, suplique, agradeça...
- Reze a oração do Pai-Nosso, peça a graça da sua conversão... e, a seguir, reze a oração da CF-2025:
Ó Deus, nosso Pai,
ao contemplar o trabalho de tuas mãos, viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.
Por Jesus, teu Filho e nosso irmão, humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
Que o teu Espírito Santo reacenda em nós a consciência da missão
que de ti recebemos: cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
Faz de nós, ó Deus, promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos na Casa que preparaste
para nós no Céu.
Amém!
- Não esqueça, registre no seu “caderno de vida” os sentimentos despertados pelo encontro de hoje com o Senhor: alegrias, conforto, resistências, medos, libertação... novos propósitos...
Pe. Marcelo Moreira Santiago