Hoje, nos unimos em preces a Deus entregando a vida do Papa Francisco, que celebrou sua Páscoa definitiva. “Servo bom e fiel, vem para a casa do teu senhor”. Em Mariana, faleceu Cônego Jadir Trindade, também santo e sábio sacerdote, professor e formador do Seminário Arquidiocesano de Mariana. Deus os acolha para a vida de bem aventurança no céu.
- Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, as palavras de Pedro, na manhã do Pentecostes, constituem o anúncio fundamental, o Kerigma, que a Igreja é chamada a fazer a todos os povos, a começar por Jerusalém. Jesus foi condenado e executado. Mas Deus confirmou a justiça da sua causa, ressuscitando-o dos mortos. Aliás, tudo estava previsto, conforme verificamos no salmo 15. O que não se realizou em Davi, realizou-se em Jesus de Nazaré, que Deus ressuscitou dos mortos. Os apóstolos são testemunhas desse fato. Pedro evoca a vida exemplar de Jesus, evoca a sua morte levada a cabo pelos judeus e pelos pagãos, e evoca a sua ressurreição. Tudo aconteceu conforme o plano de Deus delineado nas Escrituras. Temos aqui um exemplo da primeira pregação apostólica, centrada em Jesus de Nazaré, na sua ação, na responsabilidade de quem o negou por três vezes, e na total presença de Deus em todos os momentos da sua maravilhosa vida. Pedro e a Igreja existem para anunciar a Morte e a Ressurreição de Jesus. Está é a nossa missão de discípulos missionários, de batizados, acolher o dom de Deus em Jesus Cristo, seu Filho e nosso Salvador e d’Ele dar testemunho, levando a Boa Nova de Deus aos corações humanos e aos confins de toda a terra.
- No Evangelho, enquanto as mulheres, tendo-se encontrado com Jesus, correm a levar a notícia aos apóstolos (vv. 8-10), os guardas também correm a informar os sumos-sacerdotes sobre o curso dos acontecimentos (vv. 11-15). Entretanto Mateus centra a sua atenção no túmulo vazio. Perante essa realidade, podemos tirar duas conclusões: ou Jesus ressuscitou, de verdade, ou os discípulos roubaram o seu corpo. Os guardas do sepulcro e os sumo-sacerdotes conspiram, recusando ver a luz: “Dizei isto: 'De noite, enquanto dormíamos, os seus discípulos vieram e roubaram-no.” (v. 13). Santo Agostinho observa com ironia: “Se dormiam, como é que viram os discípulos roubar o corpo? Mas o episódio não deixa muito espaço a dúvidas. O testemunho das mulheres não dá hipóteses à mentira dos sumos-sacerdotes: “Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão”, diz Jesus (v. 10). Só uma fé semelhante à das mulheres torna possível acolher o anúncio da ressurreição. São Mateus escreve esse Evangelho no século I, quando ainda estava bem acesa a polêmica sobre a ressurreição de Cristo entre os chefes do povo e a comunidade dos discípulos. Para o evangelista, a ressurreição de Jesus era um fato indubitável, que tinha inaugurado os novos tempos e o Reino de Deus fundado no amor. Mas os chefes do povo judeu continuavam a rejeitar Jesus e à espera de outro salvador. A ressurreição continua a ser sinal de contradição: é fonte de vida e de salvação para quem está aberto à fé e ao amor; é motivo de juízo e de condenação para quem a recusa.
- Como Pedro, dou testemunho, com palavras e obras, de Jesus crucificado-ressuscitado? Estou aberto à vida e ao amor, no seguimento de Jesus? Qual é a “qualidade” de minha fé? Em que a Palavra de Deus hoje mais me ajuda?...
Senhor Jesus,
dá-me um coração aberto à tua luz e disponível para a missão.
Não falta neste mundo quem procura esconder a verdade,
fechar-se à tua luz,
refugiar-se em conspirações para defender os seus interesses,
afastando-se cada vez mais da simplicidade da verdade
e juntando confusão à confusão.
Mas só quem se abre à verdade está em paz
e pode avançar com simplicidade.
Senhor Jesus, creio na tua ressurreição gloriosa.
Faz crescer em mim um coração de apóstolo.
Dá-me uma alma vibrante e generosa, combativa e acolhedora,
uma alma que me leve a dar testemunho de Ti em todas as ocasiões,
porque só Tu tens Palavras de vida e porque,
só na realização do teu Reino, encontrarei a paz.
Interceda por mim a tua Mãe, a Virgem Maria,
Rainha dos Apóstolos.
Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago