Nossas orações hoje pelo Papa Francisco, sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Obrigado “Franciscus” pelo imenso bem feito à Igreja e à humanidade. O seu testemunho de amor a Jesus Cristo crucificado-ressuscitado, na alegria em servir ao nosso povo, a partir dos pequenos e pobres, ressoa em nossos corações. Repousa em paz e junto de Deus interceda por nós, pela Igreja e pelo mundo inteiro.
- Na primeira leitura dos Atos dos Apóstolos, Pedro e João defenderam-se com valentia diante do tribunal. Essa valentia nasce da liberdade da fé. Os seus adversários se encontraram em nítida dificuldade. Pretendiam ocultar fatos cuja força se impunha: a cura do coxo, ou seja, daquele homem paralítico, que fora curado pela invocação do nome de Jesus. As autoridades do povo resolveram impor silêncio a Pedro e a João: “proibindo-os, com ameaças, de falar, doravante, a quem quer que fosse, nesse nome” (v. 17). Mas, como obedecer a uma ordem tão absurda? Por isso, Pedro responde: “Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus. Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos” (vv. 19.20). Os apóstolos estavam conscientes de que falar da morte e da ressurreição de Jesus era vontade de Deus, era um mandato divino. Por isso, não era possível obedecer às autoridades judaicas. Não havia ordens e nem ameaças capazes de os fazerem calar, porque a força irresistível de Deus estava com eles.
- No Evangelho, São Marcos sublinha a incredulidade e a atitude refratária dos discípulos em se darem conta do que aconteceu. Só a presença direta de Jesus libertará os apóstolos da dureza de coração e os transformará em verdadeiras pessoas de fé. A Ressurreição não é fruto de imaginação ingênua ou da sugestão coletiva dos discípulos. É um dom do Pai Àquele que se fez obediente até à morte para salvar a Humanidade. A fé na Ressurreição é também um dom do Senhor aos discípulos, dando-lhes também o encargo de continuarem a sua missão, para que a Boa Nova chegue a toda a terra (v. 15). Não se pode calar a experiência da salvação, a experiência de ser amados por Deus, a experiência de ser acompanhados na vida pelo amor de Deus. Trata-se de um testemunho aberto e corajoso, que nada quer impor, mas que também não aceita imposições para esconder o que se tem de mais precioso: a experiência do Ressuscitado.
- A quem mais obedeço, às vozes deste mundo ou à voz de Deus? Dou testemunho da fé em ambientes para além da Igreja, ou tenho vergonha de dizer quem sou e a quem eu sigo? A partir do modo como ordeno a minha vida, eu creio ou sou incrédulo? Trago em mim a alegria de comunicar o amor e a salvação de Deus a meus irmãos e irmãs? ...
Senhor,
faz resplandecer sobre a minha mente
e sobre o meu coração,
a luz esplendorosa da tua santa Ressurreição,
para que me dê conta de quanto obedeço
mais aos homens do que a Deus,
de quanto estou inclinado pela mentalidade do mundo,
de quanto me deixo levar pelas suas seduções,
de quanto me deixo fascinar pelo canto das sereias.
Ilumina as profundezas do meu ser,
os recantos obscuros da minha personalidade,
e do meu sentir.
Dá-me a coragem dos Apóstolos para que,
vencendo todos os obstáculos,
testemunhe o teu nome diante todos
e em todas as circunstâncias.
Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago