A Igreja hoje celebra seu patrono São José, sob o título de operário, que nos remete ao ofício de São José e nos convida a elevarmos a Deus nossos rogos por todos os trabalhadores e trabalhadoras!
A primeira leitura nos apresenta um “Deus trabalhador” que, por amor, trabalhou na obra de sua criação e colocou no centro dela o ser humano, homem e mulher, que fez à sua imagem e semelhança, com uma missão específica em relação à toda a criação. Ao final de seu trabalho reconheceu que tudo era muito bom. Muito bom o que havia feito e muito bom poder contar com o ser humano para cuidar e zelar pela sua obra como, fecundando-a com sua presença, não obstante. Por fim, o descanso de Deus, que em Gêneses, se torna a transcrição sagrada da importância de um tempo de descanso para o ser humano que estava envolvido com a criação possui um caráter contemplativo, ou seja, do reconhecimento da grandeza e ação de Deus e do ser humano criado por Ele.
Diante da grandeza do gesto da criação, diante da grandeza da missão do ser humano no cuidado da casa comum, diante do zelo amoroso de Deus para com o mundo e suas criaturas, pedimos a Deus (salmo) que nos dê sabedoria de coração para contarmos os nossos dias, não pela soma do tempo, mas pelas obras de cuidado e zelo com as quais nos envolvamos com as coisas deste mundo. Só assim nos saciaremos do amor de Deus pela manhã e nos alegraremos em Deus durante todo o dia.
Deus então nos concede, mais do que merecemos, a personificação de sua sabedoria, seu Cristo, que ensinou nossos corações o que verdadeiramente agrada a Deus e o que é muito bom: crer em seu Filho e por ele alcançar uma vida digna e, por fim, a salvação. Mas ao visitar sua terra, Jesus não pode fazer muitos milagres nem restaurar ali a beleza da criação devido a falta de fé produzida por certo excesso de familiaridade: não é ele o filho do carpinteiro... de onde vem toda sua sabedoria e poder de fazer milagres? E não estimaram o Senhor.
Ora, A Igreja nos convida hoje a ressignificarmos nossa experiência de fé pelo patronato de São José que não foi mero coadjuvante nos planos de Deus, mas como pai nutrício de Jesus, resgatou para a humanidade o valor do trabalho quando ensinou o Filho de Deus a trabalhar de forma boa e justa na edificação da sociedade. Pelo trabalho ensinado com zelo e carinho a Jesus, José permite que Deus resgate o sentido sagrado do trabalho e a dignidade que ele manifesta ao ser humano, obscurecida pelo pecado de nossos primeiros pais no paraíso. José ensina a Jesus a trabalhar com as mãos e voltar o coração a Deus a fim de que Deus seja glorificado pelas obras de nossas mãos e mais uma vez possa Deus concluir: tudo é muito bom.
QUESTÕES NORTEADORAS: (para serem respondidas mais com o coração e a vida do que com a razão e o pensamento)
ORAÇÃO: Ó Deus, criador do universo que destes aos seres humanos a lei do trabalho, concedei benigno que, pelo exemplo de São José, possamos realizar as obras que confiais e alcançar os prêmios que prometeis. Amém.
Diác. Robson Adriano