Hoje somos convidados a fazer memória de um santo muito interessante, São Camilo de Lellis. Muitas vezes pensamos que os santos desde novos estavam na Igreja, sempre se destacaram por suas virtudes, etc. Mas este que é o padroeiro dos doentes teve uma história bem diferente.
Nascido em 1550 na Itália, ele demorou para dar seu sim definitivo ao Senhor. Ele enfrentou questões que muitos hoje ainda enfrentam, tais como os vícios em jogos e bebida, a teimosia, etc. Depois da morte de seu pai, aos 19 anos, Camilo teve que conseguir um emprego para sustentar sua família. Foi, então, voluntário no exército veneziano, e, nesse serviço, testemunhou como era a vida de enfermos agonizantes que viviam diversas doenças. Ele também passou a conviver com uma úlcera no pé, que o fez passar dificuldades financeiras. Nesta época fica viciado nos prazeres mundanos.
No ano seguinte, ele teve um encontro que mudaria sua vida. Conheceu um jovem frade franciscano e sentiu-se atraído pelo carisma de São Francisco de Assis. Por isso, logo pediu para ingressar na ordem, mas seu pedido não foi aceito, porque Camilo tinha o grave problema da úlcera no pé.
Diagnosticado com um tumor incurável e sem dinheiro para cuidar-se, Camilo partiu para Roma para pedir socorro no Hospital Santiago. No local, ele se ofereceu para trabalhar como auxiliar de enfermeiro, para assim também cuidar da sua enfermidade. Convivendo com as diversas realidades no hospital, ele foi sentindo que Deus o chamava a uma missão que seria também sua via de santificação: servir aos enfermos como se estivesse cuidando de Cristo.
Camilo viveu uma bela amizade com São Felipe Neri, e sob sua orientação voltou aos estudos aos 32 anos; em 1584, com seus 34 anos, foi ordenado sacerdote. Com o ardor no coração de continuar a servir os doentes e mais necessitados, Padre Camilo fundou a irmandade dos voluntários dos enfermos para cuidar dos doentes pobres e miseráveis. Muitos homens de bom coração se uniram a ele nessa obra, e assim o grupo foi crescendo, tornando-se uma congregação dos voluntários dos enfermos, a Ordem dos Ministros dos Enfermos.
Hoje, na liturgia da Palavra, na primeira leitura, acompanhamos a motivação para as dificuldades penas do povo no Egito. O novo faraó desconhecia a história de José e não sabia dessa bela parceria dos hebreus com os egípcios.
Ao perceber que eles cresciam e se tornavam importantes, deixou seu coração dominar-se por um desejo de prejudicar e até exterminá-los. Assim, de povo acolhido, torna-se escravo.
Esta situação será reinterpretado depois como consequência do pecado, mas, será a ocasião para a grande experiência de libertação do Egito, a Páscoa.
Quando encaramos os sofrimentos diante do Senhor, vamos criando a capacidade de vencê-los e de reinterpretar diante do amor maior de Deus. E é, no fundo, a mensagem de Jesus no Evangelho.
Cristo adverte aos seus apóstolos sobre as dificuldades e perseguições que eles vão sofrer.
Ninguém é enganado quando se dispõe a servir o Senhor. É preciso tomar uma decisão séria e definitiva: devemos tomar a cruz para seguir Jesus.
Não se trata de querer sofrer, ao contrário, é na oferta da vida que se ganha a vida nova e feliz. Em outras palavras, é viver um amor maior que ultrapassa até mesmo os vínculos familiares. Jesus nos recorda que haverá recompensa para aqueles que se dispõem a servir como missionários
Para refletir: Como tenho reagido diante dos sofrimentos e dificuldades da vida e missão? O que posso aprender da vida de São Camilo e das palavras de Jesus?
Pe. Thiago José Gomes