A liturgia da Palavra deste domingo é inaugurada com o episódio da visita divina a Abraão. Deus é este que quer visitar seu povo e tem uma palavra para cada um de nós.
Nós cristãos vemos um sinal claro da Santíssima Trindade naqueles três homens que fazem a visita. Deus é sempre o mesmo, ontem hoje e sempre. O sublime mistério de amor se aproxima de nós quando nós o acolhemos em nossa casa.
O anfitrião quer permanecer na presença terna do ilustre visitante. Abraão quer acolher oferecendo estadia e o melhor que tem, ele não tem pressa, quer investir tempo com seus hóspedes. Aí está uma lição que devemos aprender: é preciso “saborear” a presença de Deus em nosso meio, ou seja, contemplar a Deus.
Além disso, esta visita divina conforta e traz uma boa notícia: a promessa de uma numerosa descendência começa a se cumprir através do anúncio da gravidez de Sara. O casal estava já idoso e com a tentação de não conseguir ver futuro para a descendência. Mas, no tempo certo, Deus cumpre sua promessa.
É esta confiança na palavra divina que nos faz enfrentar os desafios da vida. São Paulo na segunda leitura vai nos explicar que sua alegria está em descobrir este mistério de amor da presença de Cristo. Quem se encontra com Ele consegue renovar sua vida de modo que os sofrimentos e tribulações são entendidos e acolhidos com alegria pois completam em nossa carne o que falta à paixão do Senhor. Assim, nos tornamos solidários ao corpo de Cristo e vivemos a plena comunhão de amor.
Tais pensamentos paulinos nos ajudam a contemplar a maravilha deste mistério tão sublime. Trata-se de um mistério rico e glorioso, que nos impulsiona a tornar-nos perfeitos e leva-nos à união com o Senhor.
E, no Evangelho de Lucas, acompanhamos a visita fraterna de Jesus a Marta e Maria. A primeira estava mais preocupada com as tarefas de cuidado com a casa e a outra ficou numa atitude de escuta do ilustre convidado. Elas representam duas possibilidades de viver a vida: ou mergulhamos num ativismo ou dedicamos tempo para aprender.
Atualmente, a maneira que nossa sociedade se organiza muitas vezes gera uma “necessidade” de estar sempre ocupado trabalhando, mas Jesus nos ensina a importância de dedicarmos tempo para oração, contemplação e encontro pessoal com Deus. Espero que mesmo na correria do dia a dia você não tenha se esquecido de Deus.
Para refletir: Tenho investido tempo para a contemplação de Deus? Como posso dedicar mais tempo para Deus?
Pe. Thiago José Gomes