- Na primeira leitura, Paulo justifica delicadamente o “certo atrevimento” com que se dirigiu aos Romanos (v. 15). Reconhece que estão “cheios de boa vontade, repletos de toda a espécie de conhecimento”, que têm capacidade para se aconselharem uns aos outros, segundo o pensamento do Senhor (v. 14). O Apóstolo se limita a reavivar-lhes a memória sobre o que já sabem (v. 15). Fala da sua missão de pregador como de um serviço litúrgico (v. 16). Paulo é o liturgo de Cristo, encarregado de um “ofício sagrado” que consiste na “oblação” a Deus daqueles a quem pregou o Evangelho. É assim que presta culto a Deus, tal como lhes tinha recomendado (Rm 12, 1). Este culto é como que um “pagamento” da “dívida” (1, 14) a Cristo, de que Paulo tem plena consciência, pela graça d´Ele recebida. Assim, com a “fraqueza” que lhe é própria, o Apóstolo corresponde à força do Evangelho. O seu apostolado, por “palavras e ações”, é confirmado com a “força de sinais e prodígios, com a força do Espírito de Deus” (v. 19).
- No Evangelho, Jesus nos conta uma parábola que pode nos deixar bastante desorientados. Parece insinuar que o fim justifica os meios, que “ser esperto” é preferível à honestidade. Contudo, é bom darmos atenção às palavras com que o Senhor conclui a parábola: “os filhos deste mundo são mais espertos que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes” (v. 8). Jesus não louva a desonestidade do administrador, mas a esperteza com que soube encontrar, numa situação difícil, uma solução que lhe permitiu continuar uma vida cômoda, egoísta. Deixemo-nos interpelar e verifiquemos a qualidade do nosso discipulado. Quantas vezes dizemos: “Não é possível... com este povo! Não há nada a fazer nesta sociedade em que vivemos!”. Os santos não reagem assim. As dificuldades nos levam a procurar soluções e a encontrá-las. Em causa está o Projeto de Deus. É o que verificamos em Paulo, com a sua apaixonada e extenuante corrida evangelizadora. Ser discípulos de Cristo significa ser homens e mulheres criativos, generosos, corajosos.
- Para refletir: Trago em mim um ardor em evangelizar, em levar a todos a Boa Nova de Deus? Confio na força que vem de Deus, de seu Santo Espírito, a me conduzir nos rumos da vida? Diante das dificuldades, como tenho agido? Como tenho administrado o que Deus me confiou?
Oração
Vem Espírito Santo,
força criadora de Deus!
Ensina-me a fantasia e a criatividade do amor
no seguimento de Jesus,
na generosidade para com Ele e para com os irmãos.
Ilumina-me, Espírito divino,
para que saiba discernir o bem e realizá-lo
com criatividade, generosidade, coragem.
Que a minha vida seja uma oblação,
que Te dê glória e alegria.
Que a humanidade e a criação inteira,
também com a minha humilde cooperação,
se tornem para Ti oblação viva,
santa e agradável.
Amém.
- Compromisso, à luz da fé: administrar bem os dons que Deus me confiou, como “filho e filha da luz”.
Pe. Marcelo Moreira Santiago
Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em vós!