- Na primeira leitura, Paulo termina a carta aos Romanos com saudações a pessoas a que está ligado por amizade e pela colaboração que lhe prestam. É o caso de Áquila e Priscila, um casal que hospedou Paulo em Corinto e em Éfeso (1 Cor 16, 19 e Atos 18, 2-3.26). Seguem-se os nomes de outras pessoas. Mas a principal referência, é sempre Cristo: em Cristo e por Cristo, esta é a nota dominante nas saudações e nas recordações. O texto encerra com uma “doxologia” centrada no mistério do projeto divino de salvação, “mantido em silêncio por tempos eternos, mas agora manifestado, por meio dos escritos proféticos... levado ao conhecimento de todos os gentios, para os levar à obediência da fé, ao único Deus, por Jesus Cristo, a Ele a glória pelos séculos! Amém.” (vv. 25-27). As saudações de Paulo aos seus amigos que estão longe, nos revelam também a viva e afetuosa recordação que ele tem deles, a sua caridade. Mais do que as solenes declarações, são os pequenos gestos do dia a dia que tornam o mundo melhor. O amor de Deus, infundido nos nossos corações, ganha forma nas relações humanas que sabemos estabelecer e cultivar. O mandamento novo precisa ser encarnado nas relações concretas que estabelecemos todos os dias com as mais diversas pessoas.
- No Evangelho, depois de contar a parábola do administrador desonesto, Jesus toma a palavra para explicitar a doutrina. Primeiro, refere-se à morte, momento no qual o dinheiro perderá todo o seu interesse, pois nos será tirada a administração de qualquer bem (v. 9). Depois, vem o convite à fidelidade, frente ao perigo da infidelidade (vv. 10s.). Assim Jesus procura a nossa adesão livre e alegre ao ideal da pobreza evangélica. Se a caridade não se ligar à pobreza, dificilmente terá as características de um ideal evangélico. Jesus também anuncia que “Servo algum pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (v. 13). O discípulo de Cristo não tem alternativa. O amor por um implica o ódio pelo outro. O amor por um implica o serviço, porque o amor que não se torna serviço não é verdadeiro. Foi o que Jesus mostrou com a sua vida, antes de o dizer com palavras. Por fim, Jesus convida à humildade, diante dos fariseus que se têm “por justos aos olhos dos homens” (v. 15). Caridade, serviço e humildade não podem se separar, sob pena de perderem todo o valor diante de Deus.
- Para refletir: Reconheço e sou agradecido às pessoas pelo bem e caridade que me fazem? Vivo o mandamento novo no amor-serviço ao próximo? Caridade, serviço e humildade são sinais eloquentes em minha vida?
Oração
Senhor,
infunde no meu coração a atenção, o respeito,
a amizade com que tratavas a todos
que Te buscavam.
Ensina-me e me ajuda a estabelecer relações,
laços de amizade e caridade,
com a intensidade única da tua humanidade.
Que a beleza do teu amor,
concretizada de modo simples e natural,
em todas as circunstâncias,
me seduza e me leve a imitar-Te
nas minhas relações com os outros.
Amém.
- Compromisso, à luz da fé: A Ele, o único Deus, o sábio, por meio de Jesus Cristo, a glória, pelos séculos dos séculos. Amém! (Rm 16,27).
Pe. Marcelo Moreira Santiago