- A Basílica de São João de Latrão é a catedral do Papa, enquanto Bispo de Roma. Construída pelo imperador Constantino, no tempo do Papa Silvestre I, foi consagrada no ano 324. Ela é chamada a igreja-mãe de todas as igrejas da “Urbe e do Orbe” (da cidade e do mundo); e é o símbolo das Igrejas de todo o mundo, unidas à volta do sucessor de Pedro. A Festa da Dedicação da Basílica de Latrão nos convida a tomar consciência de que a Igreja nascida de Jesus que a Basílica de São João de Latrão simboliza e representa, é hoje, no meio do mundo, a “morada de Deus”, o testemunho vivo da presença de Deus na caminhada histórica dos homens e das mulheres.
- Na primeira leitura, o profeta Ezequiel anuncia aos exilados na Babilônia que Deus vai fixar definitivamente a sua morada no meio do Seu Povo. Da “casa de Deus” brotará um rio de água viva e abundante que se derramará sobre toda a terra de Israel. Essa água irá fecundar o deserto, fazer com que nasçam árvores de toda a espécie, carregadas de frutos comestíveis e de folhas medicinais que serão remédio contra a morte. O povo de Deus, vivificado pela água que brota da morada de Deus, conhecerá a vida em abundância, a felicidade sem fim.
- Na segunda leitura, Paulo recorda aos cristãos de Corinto e aos cristãos de todos os tempos e lugares que são, no mundo, o Templo de Deus onde reside o Espírito. Animados pelo Espírito, os cristãos são chamados a viver segundo um dinamismo novo, dando testemunho da bondade e da misericórdia de Deus no meio dos seus irmãos e irmãs. Paulo declara ainda que, se alguém destrói o Templo de Deus, Deus o destruirá (v. 17). Mais do que uma ameaça, a afirmação deve ser entendida como um aviso: aqueles que, com o seu egoísmo, orgulho e vaidade pessoal, impedem que a comunidade viva de forma coerente o seu compromisso cristão, não podem integrar a família de Deus.
- No Evangelho, Jesus se apresenta como “o Templo Novo” onde Deus reside e onde marca encontro com os homens e as mulheres para lhes oferecer a sua Vida e a sua Salvação. Quem quiser encontrar Deus deve se aproximar de Jesus, tornar-se seu discípulo, abraçar o seu projeto, seguir os seus passos, viver animado pelo seu Espírito. O gesto que o Evangelho deste domingo nos relata deve ser entendido neste enquadramento. Quando Jesus pega no chicote, expulsa do Templo os vendedores de ovelhas, de bois e de pombas e derruba as mesas dos cambistas (vv. 14-16), Ele está a se revelar como “o Messias” e a anunciar que chegaram os novos tempos, os tempos messiânicos.
- Para refletir: Reconheço que Jesus é a “água viva” que me sacia, dando-me vida em abundância e felicidade sem fim? Vivo de forma coerente o meu compromisso cristão, dando testemunho da bondade e da misericórdia de Deus? Sigo a Jesus Cristo, o “verdadeiro templo de Deus”, de onde me vem a vida e a salvação, abraçando o seu Projeto libertador?
Oração
Senhor,
a tua ação no templo,
dizendo-nos que "O zelo da tua casa me consumirá"
nos inspira a um zelo ardente pela Igreja
e pela santidade do culto divino.
A sua vida e ação pastoral são motivadas
pelo desejo de que Deus seja adorado,
em espírito e verdade,
e que o Seu templo, que é a Igreja e cada pessoa,
seja um lugar de oração
e não de comércio ou profanação.
Alimenta em mim, Senhor,
um compromisso de zelo, reparação e busca pela santidade,
vivendo em união Contigo e sendo ardoroso na missão
de purificar e santificar o mundo.
Amém.
- Compromisso, à luz da fé: Crescer sempre mais, no seguimento de Jesus edificando, como Igreja, a Jerusalém celeste.
Pe. Marcelo Moreira Santiago