RETIRO QUARESMAL PAROQUIAL – 2024
“Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8)
- Damos início, nessa quarta-feira de cinzas, ao retiro quaresmal. Queremos que seja um tempo privilegiado de discernimento e mudança. Somos chamados, à luz da CF-2024, a reforçar nossos laços fraternos, reconstruir os vínculos quebrados e alimentar a comunhão entre os diferentes.
- Estamos imersos numa cultura de ódio, violência, intolerância e preconceito... Não podemos continuar passivos e indiferentes frente a esta realidade tão desumana. Onde há divisões e conflitos é sinal de que o Evangelho não está sendo vivido de modo coerente pelos cristãos.
- A quaresma nos ajude a alimentar nossa amizade com o Senhor (oração), a amadurecer nossa amizade com os outros (a esmola) e a moldar a nossa relação com as coisas (jejum) e, unidos fraternalmente, possamos assim melhor nos prepararmos para celebrar a Páscoa, a plenitude da vida cristã.
Você é chamado a percorrer este caminho!
- Lembrete: Durante a quaresma procure fixar o seu olhar no crucificado. Jesus na cruz é a “bússola” da vida que nos orienta para o céu. O que então a imagem do crucificado lhe diz? ... obediência ao Pai, fidelidade à missão, amor à humanidade, doação, entrega compassiva e misericordiosa de si mesmo para a redenção do mundo, compromisso em fazer a vontade do Pai... o que mais o crucificado ilumina a sua vida e vai poder lhe ajudar, espiritualmente, nesse caminho quaresmal?
A graça da semana
Peço a graça das graças: minha conversão integral para doar-me livre e generosamente a serviço da vida digna para todos como irmãos e irmãs.
QUARTA-FEIRA DE CINZAS
"Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens”
Jl 2,12-18; Sl 50(51); 2Cor 5,20-6,2; Mt 6,1-6.16-18
- O trecho do Evangelho, tirado do “sermão da montanha”, insiste sobre a exigência de praticar a própria “justiça” - esmola, oração e jejum – não diante dos homens, mas unicamente aos olhos de Deus que “vê o segredo” (Mc 6,1-6,16-18).
- A verdadeira “recompensa” não é admiração dos outros, mas amizade com Deus e a graça que dela deriva. Uma graça que confere paz e força de realizar o bem, de amar até quem não merece, de perdoar quem nos ofende.
- Que recompensa venho buscando, com minha vida e minhas ações? Como tenho vivido as obras da oração, do jejum e da esmola? Minha vida está unida à graça de Deus ou tenho dele me afastado pelo pecado, e assim dos outros e de mim mesmo? Acredito que o Deus da vida é maior, que Deus é Amor e pode me purificar de toda culpa e de todo pecado?
- A Ti me confio, Senhor. Com o coração agradecido e confiante, retorno a Ti, Senhor. Converte o meu coração. Dá-me discernimento, coragem e perseverança.
- É com esse propósito que recebo as cinzas. “Lembra-te que és pó da terra e à terra hás de voltar” (Gn 3,19).
- Cristo carregou sobre si o pecado do mundo e expiou-o na sua própria carne. Assim, podemos apropriar-nos da sua justiça-santidade.
- É, agora, o tempo favorável para aproveitar essa graça: deixemo-nos reconciliar com Deus.
Oração
Senhor, mais uma vez, me ofereces a graça da Quaresma,
tempo favorável, dia de salvação,
ajuda-me a vivê-lo no segredo onde me vês, me amas e me esperas.
Sei que as coisas exteriores têm a sua importância.
Mas quero vivê-las na tua presença.
Gostaria de fazer muitas obras de penitência durante este tempo.
Mas, se fizer poucas, que sejam no teu amor, o que é mais importante do que fazer muitas para atrair a admiração
e a estima dos outros.
Quero fazer o que puder na oração, na mortificação,
na caridade fraterna;
mas quero fazê-lo na humildade e na sinceridade diante de Ti.
Infunde em mim o teu Espírito Santo que me conduza e guie
pelo deserto da penitência, durante esta Quaresma.
Amém.
Que resposta sou chamado a dar hoje diante da Palavra de Deus e diante de tudo o que aconteceu nesta oração inicial do retiro quaresmal?
Pe. Marcelo Mreira Santiago