“E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos”
Ez 37,21-28; Sl (Jr 31,10-13); Jo 11,45-56.
1. Coloco-me na presença de Deus, para ouvir o que Ele tem a me dizer:
- Faça silêncio, por alguns instantes, aquiete o seu coração.
- Leia, atentamente, os textos da Sagrada Escritura, propostos para esse dia.
2. Medito a Palavra de Deus: O que ela diz para mim?
- Na primeira leitura, o profeta Ezequiel anuncia simbolicamente o regresso de Israel do exílio e a reunificação do povo sob a orientação de um só rei-pastor.
- A promessa de Deus é uma aliança eterna.
- Como diz o próprio Deus: “Serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (v. 27)...
- No Evangelho, vemos os chefes dos judeus “de cabeça quente”.
- Jesus afirmara ser o novo templo, o ponto de convergência de todo o Israel e da humanidade inteira. Mas a sua palavra não foi compreendida.
- A missão de Jesus consiste, de fato, em reunir os filhos de Deus dispersos e em fazer de todos os povos um povo novo, na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
- Deixo-me conduzir pela graça de Deus? Esforço-me para deixar as “trevas” do pecado e seguir na “luz” de Deus? Esta Quaresma tem me ajudado a fazer o “êxodo” necessário em minha vida? O que move o meu coração, sentimentos de “eliminar” as pessoas ou de acolhimento e serviço? Como tenho acolhido, em minha vida, o desígnio da salvação de Deus?
3. Reze à luz dessa Palavra:
- Caifás afirma que Jesus deve morrer em nome dos interesses superiores da nação.
- A morte de Jesus realiza, de modo inimaginável, aquilo que já fora anunciado por Ezequiel, quando da dispersão e do cativeiro na Babilônia: “Eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações, por onde se dispersaram; vou reuni-los de toda a parte e reconduzi-los ao seu país”.
- A morte de Jesus realiza a unidade e a garante com a sua presença no meio de nós como verdadeiro Templo de Deus.
- Pede, em sua oração, essa graça a Deus de ter presente em sua vida o imenso amor d’Ele por você... Assim Deus amou o mundo, não poupou a vida de seu Filho, mas a entregou pela nossa salvação...
Oração
Senhor Jesus,
durante este tempo da Paixão, quero recolher-me diante do realismo da tua cruz.
Vieste ao mundo para nos tornar participantes da maravilhosa promessa de que Deus é tudo em todos.
Essa promessa, todavia, não suprime os conflitos, nem nos dá a paz de um modo qualquer.
De fato, Tu mesmo entraste no centro do conflito que dilacera o coração humano, levando até ele a vitória do amor,
uma vitória alcançada mediante a loucura da cruz e pelo sacrifício da obediência que coincide com a glória eterna.
Ajuda-me a percorrer também esse caminho, para entrar na glória, que começa desde já.
Que jamais eu ceda à tentação de fugir do combate, permitindo que a divisão se radique no mundo,
e fazendo coro com os teus inimigos.
Ajuda-me a aceitar generosamente a luta, confiando na tua graça, invocada na oração.
Assim participarei, desde já, na vitória definitiva do amor e na alegria do Pai.
Amém.
4. Da contemplação para a ação:
- Cristo está conosco para nos reunir e reconciliar, de acordo com o projeto do Pai.
- A reparação, que queremos viver, pessoal e comunitariamente, é também "cooperação na obra da redenção" de Cristo "no coração do mundo".
- Na nossa solidariedade com Cristo, nada de essencial temos para Lhe dar; é apenas solidariedade de comunhão com Ele (Gal 2, 20), completando na nossa "carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo Seu Corpo que é a Igreja" (Cl 1, 24).
- Não se trata dos sofrimentos de expiação como os de Cristo, já completos e perfeitos em si mesmos, mas das tribulações apostólicas que Cristo sofreu, por primeiro, por causa do anúncio do Reino.
- A quaresma é tempo propício para renovar a comunhão filial com Deus e a comunhão fraterna de irmãos e irmãs...
- Faze isto e viverás... Lembre-se: Deus não falta, mas a gente tem que colaborar...
Pe. Marcelo Moreira Santiago