Agosto se configura, nas comunidades, como o mês dedicado às vocações. Deus chama o seu povo para estar com Ele e os envia em missão.
A vocação não é um privilégio para si mesmo, alguma honraria que nos destaca, com a tentação de nos julgar melhores que outros, mas um serviço que Deus nos confia, em favor de nossos irmãos e irmãs, em vista do Reino definitivo.
Ele nos escolhe sem mérito algum, mas por amor, em seus desígnios, por vezes insondáveis. E mesmo fracos, limitados, Ele nos capacita, ao nos enviar em seu nome, para que levemos a bom termo a missão.
Lembramos, nesse mês, de modo especial, o chamado à vida Sacerdotal, rezando por nossos diáconos, presbíteros e bispos, por sua santificação e para que não percam o ardor evangelizador, pastoral e missionário. Tenham, na expressão do Papa Francisco, o “cheiro das ovelhas”, assim dedicados a orientar, santificar e conduzir o povo de Deus. De outra parte, Deus continue chamado de nossas famílias e comunidades as vocações de que tanto precisamos.
Lembramos, a seguir, o dia dos pais e a Semana Nacional da Família. O que seria de nós, da Igreja e da sociedade não fossem as famílias? Da dedicação de pais e mães, em família, podemos antever um futuro melhor. De fato, o futuro da humanidade passa pela Família.
É na família, vivendo alegrias, dores e desafios, que nos educamos para Deus e para a sociedade. Ela é, no Plano de Deus, chamada a viver, crescer e aperfeiçoar-se como comunidade de pessoas; ser santuário da vida, servidora da vida, lutando pelo direito à vida; ser a célula principal e vital da sociedade; ser igreja doméstica, pois é nela que a Igreja começa a ser edificada; é lá que a evangelização se dá por primeiro.
Depois lembramos a vida religiosa masculina e feminina. Os que se consagram pela vida religiosa assumem carismas diversos na Igreja e na sociedade. Vivem uma vida contemplativa e na ação. Marcam-se pela radicalidade no seguimento do Cristo, assumindo os votos da obediência, da castidade e da pobreza. Assim procuram ser, no mundo, um sinal do amor divino, na alegria de servir a Deus servindo aos irmãos e irmãs, com entrega e doação de vida, a começar dos mais necessitados e empobrecidos.
Num mundo egoísta, da avidez dos lucros, das ostentações, eles, com seu testemunho evangélico, são um sinal eloquente do amor de Deus que nos conclama à caridade, à partilha e ao serviço.
Por fim, na pessoa dos catequistas, recordamos nossos leigos e leigas, chamados a ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13-14). Pregoeiros, com a palavra e a vida, do Cristo Senhor e do seu Evangelho de vida e salvação.
Podemos, igualmente, nos perguntar, o que seria da Igreja, não fossem os leigos e leigas? Eles assumem a fé no ambiente de suas famílias, ajudam as comunidades, colocando seus dons a serviço, e atuam na transformação da sociedade, em vista de um mundo melhor para todos. São chamados a ser “protagonistas” da evangelização.
Deus abençoe todos os vocacionados. Aproveite, meu irmão, minha irmã, para renovar os propósitos de dizer sempre SIM, em sua vida, ao chamado, aos apelos de Deus. Eis-me aqui, Senhor, envia-me! (Is 6,8).
Pe. Marcelo Moreira Santiago