Caros irmãos e irmãs o texto que temos diante dos olhos, capítulo 17 do Evangelho de João é muito profundo e dá continuidade ao cap. 16. Ele recebe um título bonito de “A Oração de Jesus”. Como é bom orar... deixar que nossa conversa com Deus possa assumir de modo pleno a vida que vivemos. Jesus faz isso, transforma sua vida em oração, Ele reza sua história, sua vida encarnada, assumida conosco e em nosso favor.
O texto de hoje (1-11) já nos apresenta algo que exerce em nós um fascínio na vida de fé, a belíssima e profunda comunhão entre Jesus e o Pai. É através desta comunhão que se reconhece que a obra que Jesus leva a bom termo é a manifestação da glória do Pai. E se pudesse perguntar, que glória? Lembremos irmãos e irmãs, Deus é amor e Jesus manifesta Deus-amor, amando-nos ao extremo desse Amar. Deus que é amor é também a fecundidade de nossa existência e aí, recebemos a vida, através de Deus-Amor que se revela em Cristo Jesus.
Aquela comunhão entre Jesus e o Pai gera uma unidade operacional onde o agir do Pai que comunica a vida opera com o Filho que transforma a vida em uma vida em plenitude. Jesus nos comunica a vida de eternidade por sua fidelidade ao Pai. Logo, quem conhece Jesus, conhece o Pai e aquele que é a Sua vontade e age nesta vontade que é Palavra comunicada na maneira de amar. Quando assim agimos, no agir do Cristo na história de nossas vidas e na vida de nossos irmãos e irmãs já possuímos a beleza da vida eterna, hoje.
Assim irmãos e irmãs a glória de que João nos fala tanto neste texto é o amor sem fim de Deus e esse mesmo amor é manifestado como presença de Deus na história (Emanuel – Deus conosco) às pessoas que são, que pertencem ao amor do Cristo. Deus Pai, que é amor, nos entrega a Jesus, somos do Pai, mas o Pai nos entrega à Palavra para que essa Palavra encarnada nos conserve e nos guarde. Por essa razão, Jesus reza em nosso favor para que não venhamos a fraquejar no caminho, roga para que a Palavra não seja perdida em nós, mas germine e frutifique. Pertencemos a Deus-Amor, portanto, somos portadores e porta vozes do Amor que nos alcança.
Caríssimos, sigamos confiantes nesta realidade linda que Jesus nos apresenta a partir de sua vida orante. Somos e pertencemos a Ele porque o Pai nos deu a Ele. Pertencemos ao Amor, para que também em nós seja glorificado o Pai, no Filho pela força do Espírito, como sinal de pertencimento e de vidas que se encaminham, no hoje, para vida da eternidade.
Pe. Jean Lúcio de Souza