São Caetano nasceu na Itália, em 1480 e ali faleceu em 1547. Foi presbítero e um dos fundadores dos Clérigos Regulares Teatinos. Uma de suas atividades prediletas, que sempre recomendava aos seus coirmãos, era o cuidado dos pobres e dos doentes. Celebrando sua memória, renovemos nosso zelo pelos pequeninos da sociedade.
- A primeira leitura, do Livro dos Números, em mais um episódio do povo a caminho da terra prometida, nos mostra como Israel experimentou tantas vezes a fidelidade de Deus e as maravilhas que Ele fez em favor do seu povo. A fé, a fidelidade e a confiança deste povo deviam estar preparadas para resistir a todas as provações. Mas o ser humano facilmente se esquece dos bens recebidos de Deus, especialmente quando não vê satisfeitas as suas necessidades primárias, como a de comer e beber. Aqui o povo de Deus se mostra em clara revolta contra Moisés e contra Deus porque sofre a sede e não encontra água para saciar sua sede e a do rebanho. A provação e a murmuração, a tentação e a revolta atingem os sentimentos humanos mais profundos, contagiando como uma peste entre a população. Deus, sempre paciente conosco, deixa que a tentação nos prove e provoque. No deserto, como tantas vezes acontece conosco, Deus age em bem de seu povo, ouvindo o seu clamor. Mais uma vez, Ele se mostra condescendente e oferece uma solução miraculosa para a seca, ordenando a Moisés que bata com a vara o rochedo, donde imediatamente brota água para saciar o povo e os seus rebanhos. Deus nunca permite que sejamos tentados acima das nossas forças. Ele é providente, paciente e bom, atento às necessidades de seu povo.
- No Evangelho, Jesus quer saber dos discípulos o que o povo e eles mesmos pensam a seu respeito. E, vós, quem dizeis que Eu sou? Pedro toma a palavra e responde em nome da comunidade dos discípulos: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (v. 16). De fato, se as obras e as palavras de Jesus tinham revelado a sua missão messiânica, de modo que o povo acreditasse n´Ele (vv. 13ss.), os discípulos, pela boca de Pedro, reconhecem também a sua natureza divina (v. 16). Pedro assume grande relevo nesta cena: se, por um lado, professa a fé no Filho de Deus, por outro lado recusa que Ele seja o Servo Sofredor (v. 21); se primeiro recebe de Jesus plena autoridade sobre a comunidade dos discípulos (vv. 18ss.), logo depois é chamado “Satanás” porque o seu ponto de vista se opõe ao de Deus, e é obstáculo para Jesus cumprir a vontade do Pai (v. 23). As contradições que assinalam o discipulado de Pedro (Mc 14, 26-31) evidenciam a obra da graça divina na fragilidade humana: é o mistério da Igreja, cujo chefe é tal, não por mérito próprio, mas porque Deus lhe confia o serviço que o faz referência para os irmãos. Só Deus é garantia de salvação da comunidade na luta contra o mal e a morte em vista do bem e da vida (v. 18). A comunidade pode confiar em Pedro, porque as suas decisões serão assumidas por Deus (v. 19). Mas a salvação e a glória terão de passar pela cruz (v. 21). Professando esta mesma fé de Pedro e dos seus sucessores, tornamo-nos igreja, assembleia de Deus, fundada na fé em Cristo. Devemos acolhê-la como dom de Cristo, amar a igreja, sentir com a igreja é também a sentir como algo nosso. “Por isso eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (v. 18).
- Para refletir: Confio na Providência divina, por vezes assaltado pelas dores, enfermidades e provações da vida? Reconheço, no testemunho de minha fé, que Jesus é o Messias, o filho de Deus? Como respondo a essa pergunta: Quem sou eu para você? Amo a Igreja, como sacramento do Reino, para a vivência mais plena da fé? Que me falta ainda? ...
Oração
Senhor Jesus,
dá-nos a tua graça, para que Te confessemos
como Messias e Filho de Deus vivo.
No meio das tormentas e incertezas da vida,
faz-nos recordar as promessas que fizeste à tua Igreja.
Ela não pode ser uma barca batida pelas ondas,
mas uma rocha firme que tem em Ti, Senhor da Igreja,
o seu fundamento, a sua pedra angular.
Dá-nos a graça de acreditar sempre,
mesmo quando Te proclamas Messias Crucificado,
e Te revelas como tal na nossa vida.
Dá-nos a graça de sabermos esperar
com confiança nas tuas promessas,
até àquele terceiro dia da vida onde sempre Tu, Senhor vitorioso,
Te mostras fiel.
Amém.
- Para hoje: Confiar-se nas mãos de Deus – “Ele é o nosso Pastor e nós as ovelhas que conduz com sua mão”.
Pe. Marcelo Moreira Santiago