Clara nasceu em Assis no ano 1193. Imitando o exemplo de São Francisco, seguiu o caminho da pobreza. Fundou, com o apoio dele, a Ordem das Damas Pobres (Clarissas). Sua vida foi de grande austeridade, mas rica em obras de caridade e de piedade. Morreu em 1253. Ao celebrá-la, cresça em nós o amor pelos irmãos e irmãs, o compromisso com a caridade cristã, a partir dos pequenos, pobres e mais necessitados.
- Na primeira leitura, Moisés fala novamente aos Israelitas. Trata-se de um texto teológico e, espiritualmente, forte. Moisés exorta o povo à fidelidade ao Senhor. Começa por resumir o essencial do discurso anterior: amar e servir a Deus com todo o coração e com toda a alma, observando os mandamentos. Mas ao primeiro mandamento, o do amor a Deus, acrescenta, agora, o segundo, o do amor ao próximo. Afirma que o amor de Deus é universal para com os humildes e pobres: “Ele faz justiça ao órfão e à viúva, ama o estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário” (v. 18). O modo de ser e de atuar de Deus indica o modo de ser e de atuar do seu povo, que deve ter sempre bem presente tudo quanto por ele fez o Senhor (v.19). No centro do discurso, aparece a expressão “circuncisão do coração” (v. 16), que tem o sabor da tradição profética, e que tem uma insinuação de grande valor teológico: não fazer da circuncisão, sinal da aliança, motivo de vaidade, nem uma simples prática material que assegura a pertença ao Senhor e ao povo. O essencial é ter um coração dócil e sensível ao amor do Senhor, estar sempre pronto a louvá-lo e a usar de misericórdia para com os pobres e necessitados, como Ele a usa para conosco.
- O Evangelho nos mostra, na sua primeira parte, que Jesus sabe para onde caminha. O seu destino está anunciado nas antigas profecias. Fala de Si como “Filho do homem” que, depois da perseguição, receberá todo o poder (Dn 7): “Todo o poder me foi dado no céu e na terra”, dirá o Ressuscitado (Mt 28, 18). A paixão, entrega na mão de todos os homens, torna-se entrega nas mãos do Pai, manifestação da sua glorificação, realização da Aliança definitiva de Deus em favor de toda a humanidade. Já na sua parte do Evangelho de hoje, vemos a força e a delicadeza de Jesus. Solicitado a pagar a taxa para o templo, sabe que não está obrigado a isso, pois é Filho de Deus: “De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?” (v. 25), pergunta Jesus a Pedro. O Apóstolo não hesita na resposta: “Dos estranhos” (v. 26). Mas Jesus, com grande delicadeza, se dispõe a pagar. Quer evitar escândalos. Mas usa o seu poder para obter o dinheiro necessário: “Vai ao mar, lança o anzol, apanha o primeiro peixe, abre-lhe a boca e encontrarás uma moeda. Toma-a e paga por mim e por ti” (v. 27). Em tudo devemos procurar que os outros possam descobrir a bondade e a generosidade de Deus. Na vida comunitária, é fundamental a delicadeza e a capacidade de nos darmos a nós mesmos, de não nos apegarmos aos nossos “direitos”. Daí a importância de promover a confiança, o respeito, a estima das pessoas na comunidade. Se as pessoas não se sentirem amadas, cercadas de confiança, de estima, de delicadeza, terão medo e vergonha. Vão se fechar em si mesmas, tornando-se estéreis.
- Para refletir: Meu coração é dócil aos ensinamentos da fé, à vivência do amor a Deus e ao próximo? Sou atento em testemunhar a fé com as boas obras, sobretudo em favor dos mais pobres e necessitados? Reconheço em Jesus, o Filho de Deus e salvador e faço-me pronto em segui-lo? Sou mais apegado aos meus “direitos” e pouco afeito em servir? O que a Palavra de Deus hoje pede de mim? ...
Oração
Senhor,
que em todas as situações eu faça memória
da tua presença, poderosa e delicada.
Que a minha oração e a minha caridade
seja louvor perene ao teu amor universal.
Que em tudo eu proclame que Te amo com todo o coração
e com todas as forças.
Mas que, ao mesmo tempo, não esqueça os irmãos e irmãs,
que também são tua presença,
que são caminho e meio para chegar
à comunhão Contigo.
Amém.
- Para hoje: pedir a graça de amar, cada dia mais, a Ele, nosso Deus e Senhor, e aos irmãos e irmãs.
Pe. Marcelo Moreira Santiago