Caros irmãos e irmãs!
Saudações!
A comunidade Católica tem diante de si um conjunto de textos importantíssimos para reflexão neste domingo, textos que nos levam para o âmago da vida, sobretudo a vida em sociedade, somos convidados a darmos uma resposta, segundo nossa capacidade de nos adequarmos à vontade de Deus, enquanto cidadãos e cidadãs no chão deste mundo.
O profeta Amós nos fala sobre a disposição dos corações humanos que se deixam corromper, até mesmo acerca da fé, para obtenção de vantagens e lucros escusos. Porém essa corrupção não está ligada somente ao lucro liga-se de modo muito forte à desqualificação, prostração, dominação dos pobres e humildes e escancara a soberba que nos separa da reta vivência da Palavra de Deus. Quando isso ocorre, nasce a sociedade dos covardes, dos omissos, dos que vivem na miséria e na pobreza e que se veem obrigados a sustentar os mais ricos, os maus e os gananciosos da sociedade via espoliação de seus direitos.
Neste sentido o salmista constitui um canto de louvor ao Deus que cuida de todos, sobremaneira dos mais pobres e infelizes da sociedade, como exalta o salmista, o Senhor tem uma preocupação em sua ação Ele escolhe levantar da poeira os indigentes os que vivem à margem da sociedade e da Igreja, retira do lixo os que foram ali lançados, o pobrezinho, que haverá de assentar entre os nobres. Deus não compactua e nem se alegra com a miséria e a pobreza, como nos lembra Rubem Alves, Ele nos colocou no paraíso e nos plantou em um jardim de delícias, nós que optamos em não ficar lá...
Por essa razão percebemos Jesus nos alertando primeiro sobre nossa capacidade de administrar a vida pessoal e social. Que tipo de administradores somos? Qual nosso lugar no meio desta sociedade que vivemos? Estamos do lado dos que tramam contra o povo, contra a sociedade, contra as realidades de justiça e fé? Esquecemos os pobres e os miseráveis e nos associamos aos maus e corruptos quer seja pela ação que nos torna partícipes de um crime, quer seja pela omissão dos inermes? Estamos julgando que agimos com esperteza? Somos filhos da luz ou das trevas? Ser considerado um bom administrador da vida está ligado à dimensão da fidelidade. Sermos fiéis nas pequenas realidades do Reino para sermos ainda mais fiéis às grandes realidades do Reino que somos chamados a edificar.
Caros irmãos e irmãs, abramos nossos corações com sinceridade para que possamos analisar bem nossas condutas, como temos administrado nossas escolhas e ações, desde as menores e mais simples às que exigem de nós maiores responsabilidades, ainda mais quando podem e atingem a vida dos nossos irmãos e irmãs.
Pe. Jean Lúcio de Souza