“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14)
Graça a pedir:
Dá-me, Senhor, a graça de estar com teu Filho Jesus
em todos os momentos e lugares, conhecendo-o mais,
amando e servindo ao modo d’Ele.
- Coloque-se diante de Deus ... Pacifique o seu coração... Invoque, em sua oração, o Espírito Santo... Reze confiante: “Senhor e Criador, que os meus sentimentos, desejos e ações estejam ordenados somente para Ti”.
EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO JOÃO 1,1-18.
- Leia o texto bíblico bem devagar, atento a cada palavra e frase... deixe que as palavras e imagens encham o seu coração...
Imagine a cena bíblica...
- A liturgia de hoje nos oferece o Prólogo do Evangelho de São João.
• Trata-se de um hino sobre o Verbo de Deus, no princípio, voltado para Deus e em Deus, que vai, aos poucos, sendo revelado em Jesus Cristo.
• O “Logos”, misterioso a princípio, vai se identificando com Jesus Cristo pela encarnação.
- De fato, em razão da condição humana pecadora, Deus, em seu amor, determina que a segunda pessoa da Santíssima Trindade assuma a nossa condição humana para salvar os seres humanos.
• É o mistério da Encarnação do Filho eterno de Deus, que estamos celebrando nesse Natal...
• Na plenitude dos tempos, Ele envia o anjo Gabriel a Nossa Senhora... Dela, por obra e graça divina, vem o Salvador, o Filho eterno de Deus humanado... “E o Verbo se fez carne e veio habitar entre nós”...
- Imagine, em mais esse momento, a casa de Nossa Senhora e ela em sua habitação... o anjo que vem, entra onde ela está e a saúda... Recorde-se destas palavras, do diálogo que ali se estabelece... O anjo lhe falando do desejo de Deus a seu respeito e ela respondendo e se dispondo a servir...
• Tenha presente esse amor infinito de Deus, da Santíssima Trindade, pela criatura humana... considere também Maria, a cheia de graça, atenta às palavras do Anjo e em sua prontidão...
Meditando a Palavra...
- Ao contrário dos evangelhos da infância, o prólogo de São João não narra os acontecimentos históricos do nascimento e da infância de Jesus.
• De forma poética, descreve a origem do Verbo na eternidade de Deus e a sua pessoa divina no amplo quadro bíblico do projeto de salvação, que Deus traz para a criatura humana.
- Ele Começa pela preexistência do Verbo (vv. 1-5), real e em comunhão de vida com o Pai.
• O Verbo pode nos falar do Pai porque possui a eternidade, a personalidade e a divindade (v. 1).
- Depois fala da vinda histórica do Verbo para meio dos homens (vv. 6-13), de cuja luz deu testemunho João Batista (vv. 6-8).
• A luz põe o ser humano perante a necessidade de fazer uma opção de vida: recusá-la ou acolhê-la, permanecer na incredulidade ou aderir à fé (vv. 9-11).
• O acolhimento favorável tem por consequência a filiação divina, que não procede da carne ou do sangue, isto é de possibilidades humanas (vv. 12-13).
- Finalmente, a Encarnação do Verbo (v. 14) como ponto central do prólogo.
• Este Verbo já tinha entrado na história humana por meio da criação, mas agora vem habitar entre os homens de um modo ativo: “O Verbo se fez carne”, na fragilidade de Jesus de Nazaré, para mostrar o amor infinito de Deus.
• N’Ele, a humanidade que se guarda na fé pode contemplar a glória do Senhor, a glória de Jesus, o Revelador perfeito e escatológico da Palavra que nos faz livres.
• O verdadeiro Mediador humano-divino entre o Pai e a humanidade, o único que nos manifesta Deus e no-lo faz conhecer (vv. 17-18).
- Como me coloco diante deste Mistério de amor? O que ele evoca para mim? Reconheço que também por mim, Deus agiu assim? Que respostas tenho dado em minha vida ao amor primeiro de Deus? Deixo-me conduzir por esse “Verbo encarnado”, por essa “Luz” que é Jesus? Meu “Natal” tem sido verdadeiramente cristão? ...
Reze confiante ao Senhor...
Meu Deus,
faz-me digno de conhecer o altíssimo mistério da tua ardente caridade,
o mistério profundíssimo da tua Encarnação.
Fizeste-te homem por nós. Desta carne começa a vida da nossa eternidade...
Ó amor que todo Te dás!
Aniquilaste-te a Ti mesmo, desfizeste-te a Ti, por amor a mim e a meus irmãos e irmãs.
Assumiste os farrapos de um servo, para me dares o manto real e a veste divina...
Sê bendito, ó Senhor! Ó abismo de luz!
Ó Deus, não criado, torna-me digno de me afundar neste abismo de amor,
de sustentar em mim o ardor da tua caridade.
Faz-me digno de compreender a inefável caridade que nos comunicaste
quando, por meio da Encarnação,
nos manifestas teu Filho.
Amém.
Contemple essa Palavra em sua vida...
- Todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças, diz-nos João no Prólogo do seu evangelho.
• Vamos partir desta frase para nos colocarmos numa atitude de ação de graças, neste último dia do ano.
• Ao longo dele, fomos recebendo cada dia graça sobre graça, cada um segundo as suas necessidades e capacidades de receber.
• E as graças que recebemos este ano, preparam as que havemos de receber no ano que vai começar...
- Recebemos a graça do perdão misericordioso de Deus para os nossos pecados e para termos coragem de avançar no caminho da santidade.
• Recebemos luz para avançarmos, dia a dia no ano que termina.
• Essa luz também não deixará de brilhar sobre nós no ano que começa...
- A luz é o próprio Filho de Deus feito homem: “Eu sou a Luz do mundo”.
• Essa luz nos é dada como força e como amor, sobretudo na Eucaristia. Devemos acolhê-la de coração aberto e estarmos disponíveis para todos os dons e surpresas de Deus.
- A falta dessa abertura levou alguns cristãos, logo na primitiva Igreja, à heresia.
• Não aceitavam que Deus se pudesse fazer homem e, mais ainda, homem pobre, homem frágil.
• Ao longo da história, e ainda em nossos dias, não faltam falsos profetas e mestres de falsidade, que se servem do nome de Cristo para propagar as suas ideias e doutrinas.
• Muitas vezes, provêm das próprias comunidades cristãs. Devemos distinguir o verdadeiro do falso. A verdadeira doutrina traz alegria e paz interior.
- O dom e o mistério de pertencer à Igreja têm como única garantia a fidelidade à Palavra de Cristo, em humilde e permanente busca da verdade.
• Recusar a Igreja é recusar a Cristo, a verdade e a vida (Jo 14, 6). Recusar a Igreja é não acreditar no Evangelho e na Palavra de Jesus, é viver nas trevas, no não-sentido.
• O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que, tendo recebido a unção do Espírito Santo, se deixa conduzir suavemente pela sua ação e pela sua verdade, reconhecendo os caminhos de Deus, esperando a sua vinda sem alarmismos, nem fantasias.
- A Encarnação de Cristo impregnou toda a história e toda a vida dos homens e das mulheres, porque só n’Ele reside a plenitude da vida e toda a aspiração de felicidade. Só n’Ele a criatura humana entrou, com pleno direito, entre os familiares de Deus. Somos filhos e filhas de Deus, no Filho que é Jesus Cristo.
• O fim do ano civil nos recorda que a história humana é guiada por Deus. Para Ele a nossa gratidão e a nossa súplica... Fica conosco, Senhor!
Revisando...
- Encerramos o ano civil ouvindo o Prólogo do Evangelho de João, proclamado também no dia de Natal.
• O Verbo é a luz da nossa vida.
• Acolhendo essa luz, dissipamos as trevas do erro, do egoísmo e do ódio.
- Que sejamos no mundo sinais de Cristo, manifestando-o em atitudes e obras, no acolhimento, na fraternidade e no serviço...
- Conclua rezando um Pai-Nosso e uma Ave-Maria... Revise esse momento orante. Veja o que mais lhe tocou...o que sentiu e qual o apelo que Deus lhe faz hoje...
- Anote, o que julgar de proveito, em seu caderno espiritual.
- Pra repetir, em seu coração: “Participamos da plenitude do Verbo; d’Ele recebemos graças sobre graças” (Jo 1, 16).
Um ano novo, celebrado na Igreja, como Ano Santo Jubilar, de muitas alegrias, esperanças e de muito amor e fé.
Lembre-se: A esperança, que é Cristo Jesus, não decepciona.
Rezo por você nas Missas de passagem de ano.
Obrigado, Deus, por mais um Ano.
Pe. Marcelo Moreira Santiago