Santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno, bispos e doutores da Igreja, Memória.
“Eu sou a voz daquele que clama no deserto:
Aplanai o caminho do Senhor” (Jo 1,23)
Graça a pedir:
Dá-me, Senhor, a graça de estar com teu Filho Jesus
em todos os momentos e lugares, conhecendo-o mais,
amando e servindo ao modo d’Ele.
- Coloque-se diante de Deus... Faça silêncio interior... Invoque, em sua oração, o Espírito Santo...Reze, em seguida, confiante: “Senhor e Criador, que os meus sentimentos, desejos e ações estejam ordenados somente para Ti”.
EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO JOÃO: 1,19-28.
- Leia o texto bíblico bem devagar, sem pressa, atento a cada palavra e frase... deixe que as palavras e imagens encham o seu coração...
Imagine a cena bíblica...
- A liturgia nos coloca outra vez no Evangelho de João.
- Novamente temos a oportunidade de rezarmos à luz da missão de João Batista, o profeta que aponta o Cordeiro de Deus.
- Use de sua imaginação e contemple o lugar principal de atuação de João Batista, fora da cidadã, às margens do rio Jordão...
- Veja João Batista vestido com roupas feitas de couro de camelo, feições de homem rústico, de que não vive em palácios, nem na sombra do Templo... homem que transmite segurança, clareza e firmeza em sua fala...
- Procure também contemplar os enviados do Templo, os levitas, gente polida nas palavras, mas com intenções de quem vem para verificar e fiscalizar... tente imaginar os seus rostos, seus olhares inquisidores...
- Ouça cada pergunta dos levitas que João responde com um “não sou”.
- Perguntaram a João quem és? Porque fazes o que fazes? De onde te foi dada esta autoridade?...
- Responde João: não sou o Messias... Sou a voz que clama no deserto... batizo com água, mas no meio de vós está quem é maior que eu...
- Perceba o que eles fazem...
- João se entende em vista da vinda do Messias, a quem anuncia. Sua identidade só se revela, de forma afirmativa, quando usa a imagem do Antigo Testamento para demonstrar sua autoridade, dada pela referência a uma voz que clama e que chama à conversão.
- Os levitas, enviados pelos sacerdotes, demonstram o medo do poder frente a um pregador popular que começa a ganhar adeptos e popularidade...
Meditando a Palavra...
- João Batista, que se encontra em Betânia, além do Jordão, dá testemunho de Jesus perante a delegação enviada pelas autoridades de Jerusalém.
- À pergunta: “Tu, quem és?”, João afasta todo e qualquer mal-entendido sobre a sua pessoa e a sua missão declarando não ser o Messias esperado.
- Declara também não ser Elias, nem qualquer profeta, personagens aguardadas para o tempo messiânico, provocando desorientação nos seus interlocutores.
- Depois lhes apresenta a sua verdadeira identidade: “Eu sou a voz que clama no deserto” (v. 23) e prepara o caminho a Cristo (Is 40, 3).
- João não é a luz, mas apenas uma lâmpada que arde e dá testemunho da luz verdadeira.
- Ele não é a Palavra encarnada, mas apenas a voz que prepara o caminho pela purificação dos pecados e a conversão do coração.
- Finalmente, ele declara: “Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis” (v. 26).
- O batismo de João é apenas um rito para dispor ao acolhimento do Messias.
- Não é ainda o batismo dos tempos da salvação.
- João aproxima a sua pessoa da de Cristo para realçar a dignidade e a grandeza de Jesus, cuja vida tem dimensões de eternidade: João não é digno de lhe desatar a correia das sandálias, de lhe prestar os mais humildes serviços...
- João quer suscitar a fé em Jesus nos seus ouvintes, porque só Ele é o Salvador.
- O Batista é apenas o precursor, aquele que vai afrente a preparar os caminhos...
- Minha vida aponta para Jesus? Tem feito da pregação de João Batista, uma oportunidade de conversão de vida? Como tenho vivido o meu Batismo? O que esse tempo de Natal tem suscitado em mim? ...
Reze confiante ao Senhor...
Senhor,
ensina-me a ser como João Batista, verdadeira testemunha de Ti
e do teu amor no meio dos meus irmãos e irmãs.
Como João, quero empenhar a minha voz, as minhas forças, toda a minha vida
para que a humanidade inteira Te reconheça presente e ativo no meio de todos,
ese decida em teu favor e tenha comunhão contigo e com o Pai.
Senhor,
reforça a minha fé em Ti, único Salvador da humanidade.
Faz-me experimentar o poder do teu Espírito,
que é a minha força e apoio no apostolado.
Só Tu, pelo teu Espírito, podes tornar fecundo o meu trabalho
e as minhas iniciativas.
Amém.
Contemple essa Palavra em sua vida...
- João convida a que permaneçamos no Filho e no Pai.
- A relação com o Pai e o Filho é comparada a uma “unção”. A unção permeia, penetra nos tecidos, nos corpos.
- Assim, quem crê no Filho, o possui e possui também o Pai, não precisando de mais nada, porque tem o Mestre interior que não mente.
- Para acreditar, é preciso ser humildes como João Batista.
- O homem temperado na solidão do deserto se esconde e desaparece à sombra d´Aquele que Se apresenta ao mundo.
- A sua missão foi exatamente dar testemunho... João não negou a Cristo, negou a si mesmo.
- Dificilmente negamos a Cristo diretamente; mas podemos negá-Lo afirmando-nos a nós mesmos.
- O Cristão de hoje é chamado a ser anunciador do Evangelho e da palavra de Jesus, a voz que grita com a sua vida a verdade de Cristo, apesar da pobreza e da fraqueza que experimenta em si mesmo, nas suas palavras e métodos pastorais.
- O cristão é aquele que se define em função de Cristo.
- Dá testemunho d´Ele, prepara- Lhe a missão. Não procura centrar as atenções em si, mas em Cristo e no Evangelho.
- Tem sido assim em sua vida? ...
- A humildade é o caminho da caridade e a condição para um testemunho apostólico abençoado por Deus.
- Para vir até nós, Deus percorreu o caminho da humildade (Fl 2, 6-11). Não temos um caminho diferente para irmos até Ele. A humildade nos permite permanecer em Deus.
- A humildade é condição para um apostolado verdadeiro, que põe Cristo no centro das atenções.
- Não foi sem razão que Jesus nos mandou aprender d'Ele, não a pregar ou a fazer milagres, mas a ser "mansos e humildes de coração" (Mt 11, 29).
- A mansidão e a humildade de coração devem nos caracterizar...
Revisando...
- A Igreja nos apresenta o exemplo do Precursor, para nos preparar a receber o nosso Deus que vem curar o nosso orgulho e nos salvar pela humildade do presépio.
- É efetivamente grande a humildade do Precursor e ela brilha nas respostas dadas aos representantes dos sacerdotes.
- Ele conquistou os corações, para o devolver a Deus, com as suas austeras virtudes e a sua heroica penitência.
- A santidade de João lembra e ultrapassa a dos maiores profetas.
- O próprio Nosso Senhor haveria de proclamar a grandeza dos seus méritos e da sua missão.
- Apesar de tudo, João deu a mais humilde resposta à aqueles que lhe vêm perguntar se é Elias ou um dos profetas. Ele centra as atenções no Salvador: “Sou a voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor”.
- E quando insistiram, ele se pôs aos pés do seu Salvador: “Aquele que deve vir depois de mim, era antes de mim e eu não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias”.
- João não procura estima para si, não procura louvores, não pensa em si mesmo senão em dar testemunho e apontar para o Messias...
- Temos muito o que aprender com João Batista...
- Conclua rezando, em agradecimento, louvor e esperança, diante do Novo Ano... Reze um Pai-Nosso e uma Ave-Maria...
- Revise, depois, esse momento orante.Veja o que mais lhe tocou...o que sentiu e qual o apelo que Deus lhe faz hoje...
- Anote, o que julgar de proveito, em seu caderno espiritual.
- No desejo de aprofundar o conhecimento de Jesus, nas alegrias deste tempo de natal, repita, em seu coração, as palavras de João, grande exortação também para nós: “No meio de vós está quem vós não conheceis” (Jo 1, 26).
Um ano novo com as bênçãos do bom Deus!
Pe. Marcelo Moreira Santiago