Em outubro, nossas comunidades refletem sobre o mandato missionário de Jesus feito aos seus apóstolos e discípulos. “Ide, fazei discípulos meus todos os povos” ( Mt 28,19).
Nesse Ano Santo do Jubileu da Esperança, nós e toda a Igreja, comunidade dos batizados, somos chamados a nos recordar da vocação fundamental de ser mensageiros e construtores da esperança. Trazemos a certeza de que a esperança não decepciona (Rm 5,5), porque ela é o próprio Cristo. Ele é a nossa esperança, certeza de vida e de salvação.
À luz desta identidade missionária, dada em nosso Batismo, devemos nos deixarmos guiar pelo Espírito de Deus, o Espírito Santo, para viver, com renovado ardor, o zelo pelas coisas de Deus e a missão de levar a todos, sem distinção, a Boa Nova da Salvação, do amor de Deus que se estende a todos. Reanimar de esperança os corações humanos, num mundo conturbado, com tantos sinais de desesperança, onde pairam dor, medos, angústias e decepções.
Cristo é o centro da história pessoal e de toda humanidade. Ele é o mesmo “ontem, hoje e para sempre” (Hb 3,8); Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,16). N’Ele reside a centralidade da missão. Obedientes ao Senhor e Mestre, no espírito de serviço, somos chamados a ser Igreja missionária que caminha com o Senhor pelas estradas do mundo.
No seguimento dos passos de Jesus, seguindosuas pegadas, devemos nos pôr a caminho para sermos com Ele e n’Ele sinais de esperança para todos em qualquer lugar e circunstância que Deus nos concede viver. Fazer brilhar a sua esperança na família, na comunidade de fé e na vida em sociedade. Ser portadores e construtores de esperança onde Deus nos coloca.
Como diz a Constituição pastoral “Gaudium et Spes” do Concílio Vaticano II, no n.1: “As alegrias e as esperança, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco em seus corações”.
De fato, nossas comunidades cristãs, impelidas pela missão, devem ser sinais de uma nova humanidade, num mundo que constantemente nos desafia. Devem apontar, em gestos concretas de inclusão, partilha, acolhida, fraternidade e misericórdia, o Reino de Deus que Jesus veio trazer.
Assim o Evangelho vivido em comunidade, também no âmbito da família e da sociedade, testemunhado na defesa da vida humana e do meio ambiente, nossa Casa Comum, deve ser sinal de esperança e de compromisso transformador em vista de uma sociedade justa, fraterna e reconciliada; de uma humanidade íntegra, saudável e redimida que, verdadeiramente, testemunha a presença do Reino de Deus entre nós.
A Bula de Proclamação do Jubileu (nn 7-15) nos pede, no campo da missão, como “Peregrinos da esperança”, especial atenção aos mais pobres e frágeis, aos doentes, aos idosos e aos excluídos. Também nos aponta o caminho a trilhar: Fazê-lo ao estilo de Deus, ou seja, com proximidade, compaixão e ternura.
Convido você a fazer este caminho, ser sinal do Coração de Jesus e do amor do Pai, abraçando, com zelo, determinação e ardor, a missão de Evangelizar. Com a oração e com ações e gestos concretos, ser sinal da “Esperança” que não confunde, não decepciona; ser sinal do “Amor” de Deus para que todos tenham vida, vida plena e abundante, vida de verdade (Jo 10,10).
Sejamos, como Igreja, missionários da esperança, testemunhas fiéis desse anúncio que deve chegar em todas as partes do mundo. “Eis que estarei sempre convosco até a consumação do mundo” (Mt 28,20), nos diz Jesus. Não estamos sozinhos nesta empreitada. Coragem, ânimo renovado, perseverança!
Busquemos os bens eternos e o empenho em promover um mundo mais humano e fraterno. Eis a nossa Missão!
Pe. Marcelo Moreira Santiago