Nesse mês de novembro, concluindo o Ano Litúrgico, celebramos a Solenidade de Cristo Rei, renovando a esperança cristã, certeza na fé, da vitória de nosso Senhor Jesus Cristo, também de nossa vitória definitiva.
Ele, o Filho eterno de Deus, que assumiu a nossa condição humana, no ventre da Virgem Maria, conforme as Escrituras, haveria de vir a partir da realeza do povo de Deus, escolhido no tempo da promessa, no Antigo testamento.
Assim as Escrituras se cumpriram. Contudo, a sua realeza se mostra diferente diante da dos reis deste mundo. Seu trono é a cruz; sua coroa é uma coroa de espinhos; Ele não veste roupas finas, douradas, mas é despido de seus mantos; não é o povo que se coloca para defendê-lo, mas é Ele que se adianta, obediente ao Pai e por amor de todos nós, cumprindo o que o Pai lhe confiou, entrega a sua vida para a salvação do mundo.
De fato, em sua Paixão, Morte e Ressurreição, recebemos a vida nova, fomos libertos das escravidões maiores da morte e do pecado; recebemos vida e salvação. Desde já, pelo Batismo, configurados n’Ele, somos também filhos e filhas de Deus, herdeiros das promessas divinas, caminhando pressurosos, como peregrinos da esperança, para a Jerusalém celeste.
Esta Solenidade nos pede confiar em Deus e colaborar com sua graça. É no seguimento de Jesus Cristo, Rei do Universo, que haveremos de viver a comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs neste mundo, na certeza de assim o viver, em plenitude, um dia, no Reino de Deus, junto d’Ele e dos seus anjos e santos.
A vocação à santidade de vida nos pede uma vida vivida como a Jesus Rei do Universo, de simplicidade, fidelidade à vontade de Deus, entrega generosa de nossa vida, levando a bom termo a nossa missão, na alegria de sempre caminhar juntos, não esconder os talentos e servir, com zelo e amor.
Nesse dia, celebramos, com a Igreja no Brasil, o Dia Nacional do Leigo e da Leiga. Jesus ao falar aos seus discípulos e discípulas afirmava que eles deveriam ser “sal da terra e luz do mundo” (Mt 5,13), fermentos na massa (Mt 13,33), amar os irmãos e irmãs, como Ele nos amou (Jo 13,34), fazer de todos seus discípulos (Mt 28,19-20). Concretamente, no anúncio e testemunho da fé, transformar a sociedade, na perspectiva do Reino definitivo.
A Igreja é rica na diversidade das vocações e em sua ministerialidade. No Brasil, se vê, com destaque, o protagonismo dos leigos e leigas, colocando-se à frente na missão comum, confiada a todos, de Evangelizar, no bom combate da fé, levando aos corações humanos, a Boa Nova de Jesus.
Com sua presença nos conselhos, nos movimentos, pastorais e ministérios, assumindo associações, organismos e entidades, e tantas frentes na vida em sociedade, movidos pelo espírito cristão e de cidadania, vão, em comunhão eclesial, tornando nossa Igreja mais configurada a Jesus Cristo, Rei do Universo: Uma Igreja discípula missionária, samaritana e em saída, que vai ao encontro de todos, a começar dos mais afastados e necessitados, para desvelar, à luz da sua Palavra e com o testemunho da vida, a misericórdia do Coração divino.
Muito obrigado a vocês, fieis cristãos leigos e leigas, por sua fé, coerência de vida e ardor Evangelizador. Onde? Na família, na comunidade cristã e na sociedade. O amor a Jesus Cristo, Rei do Universo, nos empele a amar e servir. Em causa, está o Reino de Deus.
Esta esperança, bem o sabemos, nos diz o Ano Jubilar, não decepciona (Rm 5,5). O caminho é o Amor que tem rosto: Jesus Cristo, crucificado- ressuscitado, Rei do Universo.
A Ele toda a glória, poder e o nosso louvor agora e por todo o sempre. Amém.
Pe. Marcelo Moreira Santiago