RETIRO DE ADVENTO E NATAL. 06 de janeiro. Segunda-feira no Tempo do Natal depois da Epifania: 1Jo 3,22-4,6; Sl 2; Mt 4,12-17.23-25

Último dia de nosso retiro espiritual online

Bendigo a Deus por esse tempo de graça e bênção, em que vivendo os tempos de Advento e Natal, estivemos celebrando nosso retiro espiritual online. Concluo, hoje, comemorando 35 anos de vida sacerdotal. A ordenação sacerdotal de Pe. Paulo Barbosa e minha aconteceu em Barbacena, na Igreja-Matriz de São Sebastião, no dia 6 de janeiro de 1990. Ajude-me a agradecer, rezando uma Ave Maria. Obrigado a você.

“O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz. Para os

que jaziam na região sombria da morte levantou-se uma luz” (Mt 4,16)

Graça a pedir:

Crescer na identificação com Jesus de Nazaré, de tal forma

que possamos assumir o seu Projeto de vida e de missão

em nosso dia a dia, com firmeza e confiança.

- Coloque-se diante de Deus... Faça silêncio interior... Invoque, em sua oração, o Espírito Santo...Reze, em seguida, confiante: “Senhor e Criador, que os meus sentimentos, desejos e ações estejam ordenados somente para Ti”.

EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO SÃO MATEUS 12-17.23-25.

- Leia o texto bíblico bem devagar, sem pressa, atento a cada palavra e frase... deixe que as palavras e imagens encham o seu coração...

Imagine a cena bíblica...

- Se na liturgia de ontem tínhamos a estrela como a luz a guiar os passos dos magos do oriente até o menino Deus, hoje temos o mesmo Jesus sendo reconhecido como aquela luz que ilumina as nossas trevas.

• Ao retomar a profecia do profeta Isaías que diz: “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1; Mt 4,16), as primeiras comunidades compreenderam com firmeza e profundidade que a intervenção divina ao longo da história de Israel nunca falhou e nunca falhará.

- Em meio ao jugo da opressão assíria, Isaías, com suas palavras, alimenta a fé e a esperança em dias melhores ao anunciar que as trevas da escravidão serão iluminadas pela ação salvífica de Deus.

- Em meio à injustiça da prisão de João Batista, Jesus dá início à sua missão, chamando-nos à conversão e anunciando o Reino dos céus com palavras e gestos.

• Curando todas as pessoas que se encontravam atormentadas por qualquer enfermidade, de tal forma que a sua fama se espalhou por toda a redondeza.

- Observe atentamente a cena evangélica...

• Veja a situação que ela apresenta: a prisão de João Batista, o afastamento de Jesus para a região da Galileia, sua iniciativa de anunciar o Reino dos céus e todas as pessoas que acorriam a ele buscando ajuda.
• Perceba cada detalhe e deixe-se tocar, inquietar e questionar por ela...

Meditando a Palavra...

- Depois da prisão de João Batista por Herodes, Jesus deixa Nazaré e fixa residência em Cafarnaum, na Galileia dos gentios, que outrora fora ocupada pelosassírios (733 a. C).

• É aí que começa a brilhar o Evangelho de Jesus e o exemplo da sua vida (v. 16; Is 8, 23-9, 1-2).

- Segundo São Mateus, Jesus começa a pregação do Reino de Deus na Galileia dos gentios porque tem em mente a missão universal da salvação.

• A palavra que dirige aos judeus e aos pagãos é a mesma: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu” (v. 17).

- Depois, Jesus percorre as sinagogas, prega “o Evangelho do Reino” e realiza milagres “curando entre o povo todas as doenças e enfermidades” (v. 23).

• A sua pregação suscita grande entusiasmo, a sua fama espalha-se até à Síria e causa grande impressão em toda a região.
• Muitos acorriam ao seu encontro.
• Nas suas viagens missionárias, era acompanhado por muitos curados de várias doenças, libertos dos demônios...

- Jesus é o verdadeiro Servo de Deus que carrega sobre si as enfermidades de toda a humanidade (Is 53, 4).

• A sua pregação é exortação e súplica para que todos acolham na sua vida o dom divino da reconciliação e da salvação, que o Pai celeste oferece gratuitamente e generosamente a todos.

- Jesus Cristo tem sido para você luz que ilumina a vida e seu peregrinar no mundo? De que forma você sente, percebe a presença de Jesus Cristo em sua vida? Como você reage diante dos momentos de trevas que dificultam o seguimento a Jesus Cristo? ...

Reze confiante ao Senhor...

Senhor Jesus,

ao nasceres em Belém, não só renovaste o gênero humano,

mas também o esplendor do próprio sol,

trazendo esperança e vida a todos aqueles que jazem nas trevas do erro.

Tu és o fim da história humana porque, por meio de Ti, a salvação é dada a todos os homens e mulheres.

Nós Te agradecemos pela tua palavra, a Boa Nova do amor do Pai,

com que vieste salvar-nos e pelo exemplo de vida concreto que nos deste,

quando viveste no meio de nós.

Que o testemunho da nossa vida cristã se torne irradiação de amor para com os irmãos e irmãs

que ainda não Te conhecem ou vivem no erro.

Nós Te agradecemos porque a tua Palavra, proclamada há tantos séculos,

ainda hoje continua viva e penetrante, capaz de renovar os nossos corações,

e a nossa relação contigo e com os nossos irmãos e irmãs.

Aumenta a nossa fé na tua Palavra

para que possamos tomá-la a sério,

fazendo dela critério de discernimento dos fatos e dos problemas da vida que tanto nos afligem.

Que, iluminados pela tua Palavra, possamos tornar-nos luz para todos quantos Te buscam de coração sincero,

e conforto para com todos os que sofrem.

Amém.

Contemple essa Palavra em sua vida...

-  O tema de Cristo luz do mundo é o aspecto teológico mais antigo e mais presente na liturgia de Natal, especialmente na celebração da meia-noite.

• A liturgia de hoje recorda Isaías: "Um povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz…" (9,2) e Lucas "a glória do Senhor envolveu-os de luz"(2,9). “Uma nova luz brilhou aos nossos olhos”, canta o Prefácio I, da celebração da Santa Missa.

- O Evangelho retoma o tema da luz.

• Lucas narra que Jesus, logo ao chegar à Galileia dos gentios, “começou a pregar”, revelando-se verdadeiramente divino e humano: divino, porque fala em nome de Deus, anunciando o Reino de Deus; humano, porque se mostra cheio de compaixão para com todos os necessitados.

- Este aspecto divino e humano é fundamental na revelação de Jesus.

• João se mantém fiel a essa revelação, como verificamos na primeira leitura.
• O Apóstolo não nos oferece pensamentos altíssimos para reconhecermos o espírito de Deus. Dá-nos um critério simples e concreto: “todo o espírito que confessa Jesus Cristo como vindo em carne mortal é de Deus”.

- Temos, assim, um sinal decisivo para avaliar as nossas inspirações.

• Se a nossa espiritualidade nos levar para fora da nossa condição quotidiana, para o mundo do sonho e da evasão, não estamos a ser fiéis a Cristo.
• Pelo contrário, se encontramos Jesus “na carne”, isto é, na nossa vida quotidiana, no lugar concreto onde vivemos, trabalhamos, nas nossas responsabilidades de cada dia... somos verdadeiros discípulos, estamos em comunhão com Ele.

- Acomunhão com Cristo, ou a união com Ele, é fundamental em nossa vida decristãos.

• É o centro da nossa fé. É condição essencial para nos salvarmos.
• Ele é, de verdade, “a chave, o centro, o fim de todo o ser humano e de toda a história humana” (GS 10).

- Estar em comunhão, estar unido a Cristo é acreditar n´Ele, fiar-se n´Ele, deixar-se transformar por Ele, aceitá-lo como modelo de comportamento: “Dei-vos o exemplo para que façais como Eu fiz” (Jo 13, 15).

• Esta fé-comunhão com Jesus torna-se uma força dinâmica e criadora, tendente ao testemunho e ação, para que Cristo e a sua mensagem são conhecidos e acolhidos pelos homens e mulheres.
• Os encontros com Jesus encerram e manifestam uma força transformante extraordinária, porque desencadeiam um verdadeiro processo de conversão, de comunhão e de solidariedade humana.

- O encontro com Cristo, especialmente na Palavra e na Eucaristia, realiza a nossa união com Ele, a comunhão com Ele, que nos dão confiança e ardor, lançando-nos “pelos caminhos do mundo ao serviço do Evangelho”, para levarmos a sua luz a todos os que ainda jazem nas trevas e sombras da morte, e nos tornarmos bons samaritanos da humanidade.

• É assim que tem acontecido em sua vida? ... É hora de renovar propósitos...

Revisando...

- Para conhecermos a vontade de Deus, precisamos de praticar o discernimento. (vejo aqui algo muito importante, para todos nós, em tempos de conflito, agressões à Igreja, polarizações...)

• Na primeira leitura, João nos oferece alguns critérios para reconhecermos o espírito de Deus eo espírito do mundo: a fé em Cristo (“que acreditemos no Nome de seu Filho, Jesus Cristo”); o amor fraterno (“que nos amemos uns aos outros”); a fidelidade aos mandamentos de Deus(v. 24).

- O Apóstolo também sugere algumas atitudes fundamentais para alcançar esse objetivo: a oração, como compromisso pessoal em realizar o que Ele manda (v. 22); a profissão de fé autêntica em Cristo Jesus; a caridade ativa em favor dos irmãos e irmãs.

• O primeiro critério para distinguir os verdadeiros dos falsos profetas é a confissão de fé em Cristo Senhor “vindo na carne” (v. 2).
• Quem exclui Jesus da sua vida tem o espírito do anticristo (2, 18).
• Os falsos profetas, que querem apresentar um cristianismo diferente, vêm do mundo e, por isso, são escutados por ele.
• Os que creem verdadeiramente, pelo contrário, são de Deus e Deus está neles. A sua vitória é certa porque é dom da fé recebida de Cristo (Jo 16, 33), que é mais poderosa que o anticristo (v. 4; Jo 12,31).
• O segundo critério é eclesial (veja bem): quem se mostra “dócil” à Igreja, vem de Deus... (acho que já é o suficiente)

- Conclua rezando um Pai-Nosso e uma Ave-Maria... peça a Deus a graça do discernimento e da perseverança...

• Revise, depois, esse momento orante.Veja o que mais lhe tocou...o que sentiu e qual o apelo que Deus lhe faz hoje...
• Anote, o que julgar de proveito, em seu caderno espiritual...

- Pra repetir, em seu coração, faço uso, ao final de nosso retiro espiritual, das palavras de Jesus, iniciando sua pregação: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu” (Mt 4, 17)...

- Muito obrigado a você que nos acompanhou em todo esse tempo. Espero que as reflexões tenham ajudado você. Nossa proposta não é, propriamente, de trazer respostas, mas de ampliar horizontes da vivência e testemunho da fé, numa espiritualidade contemplativa e operosa, de quem se faz, no seguimento de Jesus, discípulo missionário.

• Por tudo, Deus seja louvado.
• Recordo-lhe que todos os dias refletimos sobre a Palavra de Deus em nossa página paroquial. Nós nos revezamos, a cada mês: Pe. Marcelo, Diácono Robson e Pe. Jean. Para amanhã, seguimos com as reflexões do Diácono Robson. Você é convidando a fazer esse caminho conosco...

Muito obrigado. Hoje 35 anos de vida sacerdotal. Ajude-me a agradecer...

Pe. Marcelo Moreira Santiago