Memória de São João, Apóstolo e Evangelista
Leituras: 1Jo 1,1-4; Sl 96; Jo 20.2-8.
“Entrou também o discípulo que
havia chegado primeiro ao sepulcro.
Ele viu e acreditou” (Jo 20,8).
Graça a pedir:
Senhor, que todas as minhas intenções,
ações e operações
Sejam ordenadas puramente ao serviço e louvor
de sua Divina Majestade.
- A notícia boa de hoje é a Palavra que abre os olhos e faz ver.
· Os pastores e os magos foram a Belém, contemplaram a glória de Deus “radiantes de alegria” “voltaram glorificando e louvando a Deus pelo que ouviram e viram (Mt 2,10; Lc 2,20).
· Maria Madalena, Pedro e João correram. Ela pra avisá-los da falta do corpo de Jesus. Eles para ver o que podia ter havido.
· Pedro entrou primeiro no sepulcro; João depois. E ali “viram (a glória) e creram” (Jo 20,8).
- Neste sábado da oitava do Natal, o convite é rever o caminho feito durante a semana que passou.
· Como peregrino/a da Esperança, certamente houve altos e baixos durante a peregrinação rumo à celebração do Natal.
- Deixemos que a Palavra abra nossos olhos para ver as marcas de Deus em nós, nesta semana...
EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO
SÃO JOÃO 20,2-8.
1. Imaginando a cena bíblica:
- Prepare-se para se colocar diante de Deus... Escolha um horário e um local que lhe seja mais confortável e propício. Entregue-se totalmente à oração.
- Faça o Sinal da Cruz e reze ao Espírito Santo, pedindo as suas luzes, dons e frutos...
- Leia, atentamente, com fé e amor, a Palavra de Deus hoje proposta na Liturgia da Igreja. Ela lhe é útil para corrigir-se, para lhe formar na justiça e ajudá-lo em toda a boa obra...
- Imagine a cena bíblica. Observe Maria Madalena e o susto que teve, ao não ver o corpo do Senhor no sepulcro. Também de Pedro e João, noticiados por ela de que o corpo não estava no sepulcro. O que terá passado pela cabeça deles e como correram... e, no sepulcro, tendo observado tudo, “creram”. O que esta cena diz a mim? O que ela me pede, à luz da fé?
2. Meditando a Palavra de Deus:
- João nos dá, neste texto, uma síntese dos acontecimentos verificados na manhã da Páscoa, em que são protagonistas Maria Madalena, Pedro e ele próprio.
· A noite espiritual em que tinham mergulhado os apóstolos está para dar lugar à experiência de fé, que começa junto ao túmulo vazio, sinal da presença do Ressuscitado (v. 2).
- Ao receberem a notícia de que fora retirada a pedra do sepulcro, e de que o corpo de Jesus lá não estava, Pedro e João foram verificar o que sucedera.
· A sua corrida revela amor e veneração, e faz pensar na Igreja que procura sinais visíveis do Senhor, especialmente quando se encontra em dificuldade e não consegue vê-lo.
- João chega primeiro do que Pedro ao sepulcro, devido à sua intuição amorosa de discípulo amado, mas é Pedro quem entra primeiro, devido à sua função eclesial (vv. 5- 7).
· Depois de observar a ordem das várias coisas que se encontravam no sepulcro, e a paz que nele reinava, o discípulo amado se abre à visão da fé, acreditando nos sinais visíveis do Senhor: “Viu e acreditou” (v. 8).
- Ainda não é a fé plena na Ressurreição.
· Isso só acontecerá quando o seu espírito se abrir à inteligência das Escrituras (Lc 24, 45), quando vir a pessoa do Senhor e receber o dom do Espírito Santo, isto é, quando tiver percorrido todo o itinerário da fé.
- Para refletir: Deixo que a fé ilumine as realidades da minha vida? Corro, no indicativo da pressa, à luz da fé, em viver o seguimento a Jesus, como discipulado missionário, e d’Ele, com ardor, dar testemunho? Acredite, piamente, no que as Escrituras mostram e a Igreja ensina a respeito de Jesus, o Messias e Salvador? ...
3. Rezando à luz da Palavra de Deus:
Senhor Jesus Cristo,
que revelaste a João, teu discípulo amado,
os misteriosos segredos da Palavra,
dá-nos também a nós, hoje,
e a toda a Igreja,
uma nova inteligência espiritual
das Escrituras.
Assim poderemos iluminar,
cada vez mais, a nossa vida espiritual,
e aprender a tua ciência sublime.
Concede à Igreja pastores sábios e santos,
capazes de colher o sentido espiritual
e profundo das Escrituras
e introduzir o povo de Deus na tua intimidade.
Assim todos poderemos conhecer
o teu Coração, o teu pensamento,
a profundidade do teu Espírito
e o modo como conduzes
a história da Igreja.
Faz-nos experimentar o amor do teu Coração,
e torna-nos assíduos e delicados
no teu serviço.
Sempre, e em toda a parte,
queremos, como São João,
realizar a tua vontade sobre nós.
Ajuda-nos, Senhor!
Amém.
4. Contemplando a Palavra de Deus na vida:
- São João nos faz compreender quanta profundidade se encontra na pessoa do Filho, na sua união com o Pai, na sua comunhão com Ele.
- A Encarnação tem por objetivo nos tornar participantes nessa comunhão divina: estamos “em comunhão com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo”.
· A Encarnação aconteceu em vista da comunhão. O Filho de Deus, ao assumir a nossa carne, tornou-a meio de comunhão. Tudo o que assumiu se tornou instrumento de comunhão com Deus e entre nós.
- Na Eucaristia, onde a carne de Cristo se põe ao serviço da comunhão, fazemos a comunhão, isto é, recebemos a comunhão com o Pai e a comunhão entre nós.
· Para isso, Cristo teve de sacrificar a sua carne, teve de entregá-la aos inimigos, para fazer dela um sacrifício agradável, um sacrifício perfeito. Então, a vida mostrou toda a sua força.
- O Evangelho de hoje nos leva até à Páscoa, nos mostra a meta alcançada: a vida venceu a morte e manifestou-se.
· O que João viu foi esta vitória da vida, manifestada no sepulcro pelas ligaduras, pelo sudário. O corpo de Cristo já não está no sepulcro, porque a vida triunfou.
· Mas Jesus encarnado está sempre conosco, porque a vitória sobre a morte foi alcançada para nós.
- Uma outra lição que podemos tirar do Evangelho de hoje é o respeito pelos carismas, que são muitos na Igreja, para bem da mesma Igreja. João, que tem o carisma da profecia, respeita Pedro, que tem o carisma da instituição.
· O respeito pelos carismas e a partilha na busca comum dos dons do Espírito, nos permite penetrar no mistério, reconhecer os sinais do Ressuscitado.
- Com São João, também nós somos chamados a "conhecer", isto é, fazer experiência de vida e a "crer", isto é, a aderir com todo o coração e com toda a nossa pessoa, "ao amor que Deus nos tem" (1 Jo 4, 16), amor manifestado no Verbo Encarnado.
· Esse inefável "amor que Deus nos tem ...", de que João é “doutor”, é o grande mistério para todo o cristão.
· É este mistério que queremos proclamar diante da Eucaristia, diante do Crucificado de Lado aberto e diante da vocação e da missão que Deus nos confere.
Importante:
- Agradeça por este momento, tudo é dom, é graça de Deus.
- Renove o compromisso com a Palavra diária, para seguir a Jesus Cristo e fazer, a cada dia, a sua peregrinação de Esperança...
- Faça silêncio, deixa Deus falar ao seu coração, esteja aberto/a à graça de Deus...
- Quanto à oração, reflita: O que você sentiu? Houve pensamentos, apelos, luzes? Algo interrogou você ou mesmo o desinstalou? ...
- Reze um Pai Nosso e uma Ave-Maria, concluindo a sua oração hoje.
- Não deixe de anotar em seu coração ou no diário espiritual essas monções do Espírito em você.
Pe. Marcelo Moreira Santiago