A liturgia da Palavra de hoje nos apresenta o diálogo de Moisés diante da manifestação de Deus na sarça ardente. Recordemos que ele estava fugindo do faraó e de sua consciência depois do episódio no qual ele havia matado um egípcio.
Nesta espécie de exílio, Deus se manifesta na sarça que pegava fogo e não se consumia. O Senhor envia Moisés em missão ao povo hebreu como mensageiro da proteção divina e da libertação.
A maneira de se referir a Deus como sendo o Deus dos pais demonstra a proximidade e a presença divinas na história do povo. Trata-se de alguém conhecido e que sempre caminhou com o povo. Vemos nesta expressão a beleza de uma fé enraizada na experiência de vida, não em ideias abstratas ou de ideias fantasiosas.
Deus não só é próximo e conhecido das pessoas, mas também tem uma promessa de libertação. Ele é o Senhor que não se esquece dos seus compromissos com a aliança feita aos antepassados. Além disso, Ele está atento às injustiças e apresenta as consequências para aqueles que se deixam levar pelo pecado e tentam barrar os planos divinos.
A história do povo hebreu, em Cristo, é elevada a um nível muito maior. Encontramos em Jesus aquele que realmente se faz presente a nós, especialmente no sofrimento.
São Mateus hoje apresenta o convite de Jesus para irmos a Ele. É a certeza de que somos conhecidos e amados pelo Senhor. O símbolo da sede das decisões mais profundas, daquelas atitudes que nos definem, é o coração. Por isso a mensagem de hoje é apresentada nesta realidade tão cara a nós desta Paróquia dedicada ao Sagrado Coração de Jesus.
Quantas vezes pensamos que o que nos descansa são boas férias ou alguma distração neste mundo. Cristo hoje nos fala claramente que diante do cansaço e do peso dos fardos da vida, é Ele que nos dará descanso.
Além disso, Ele explica que seu descanso não se trata de um alívio momentâneo, mas da participação em sua vida e missão sendo manso e humilde. O segredo está na atitude nova que não se baseia na falta de compromissos ou de atividades, mas no envolvimento na defesa da vida e no serviço aos irmãos, como Jesus sempre o fez.
Para refletir: Reconheço a presença de Deus também na minha história pessoal e na do povo? Como posso colaborar para ser instrumento da libertação que Cristo nos convida? Como posso colocar em prática a mansidão e a humildade de Jesus em minha vida concreta?
Pe. Thiago José Gomes