Leituras:Is 52,7-10; Sl 97; Hb 1,1-6; Jo 1,1-18.
“A luz resplandece nas trevas...” (Jo 1,5)
Graça a pedir:
Senhor, que eu experimente o encontro com Jesus
e me deixe iluminar por sua Luz
- A notícia boa desse grande dia é que o reinado do Senhor é universal, é um reinado de paz, pois o Senhor é a verdadeira consolação para todos.
- Ele chega, podemos vê-lo e tocá-lo.
- É mais que uma criança, é o reflexo da glória d’Aquele que tudo criou e n’Ele está a harmonia do céu e da terra.
EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO
SÃO JOÃO 1,1-18
- Imaginando a cena bíblica:
- Depois se se preparar, convenientemente, para a oração; de fazer suas orações iniciais, invocando o Espírito Santo; de ter lido, pausadamente, os textos bíblicos, especialmente o Evangelho do dia, entre agora na cena bíblica.
- Veja a luz da Santíssima Trindade pairando sobre o universo, sobre si, sua comunidade e sua família
- Note a ação de Deus, uno-trino, renovando todas as coisas, de modo que tudo vai sendo transformado ...
- Todo o criado e, sobretudo, nossa vida vai ganhando nova cores e formas, novas atitudes, comportamentos...
- Você de junta às multidões de pessoas e criaturas para louvar e adorar, contemplando o Verbo eterno de Deus na comunhão trinitária.
- Veja que tudo vem de Deus, vive n’Ele e volta para Ele.
- Perceba todas as coisas voltando-se para o Verbo encarnado em atitude de acolhimento – mistério do amor de Deus...
- Meditando a Palavra de Deus:
- O Verbo, “a luz verdadeira que ilumina todo ser humano que vem ao mundo” (Jo 1,9), pode ser recebido ou não.
- As palavras e ações de Jesus foram acolhidas por alguns e rejeitadas por outros, que se fecharam nas trevas do egoísmo.
- As trevas não conseguiram, porém, “vencer” a luz.
- A luz do Verbo procede de sua divindade, ao contrário das luzes dos ídolos, dos deuses falsos.
- Ele acampou no meio de nós” (Jo 1,14).
- O Deus da fé de Israel, e mais ainda, o Deus da fé cristã, não é simplesmente o Deus da Palavra.
- Ele é o Deus da presença.
- A Palavra por quem foram feitas todas as coisas passou a viver na tenda de carne, é Jesus de Nazaré.
- Nela brilhou pra sempre a glória de Deus.
- A morada de Deus o meio dos seres humanos não está vinculada a um lugar sagrado.
- Na expressão “e nós vimos a sua glória” (Jo 1,14), são afirmadas a humanidade e a divindade de Jesus Cristo.
- Na encarnação do Verbo, a glória de Deus não se manifestou causando temor e tremor, mas manifestou-se nas palavras e ações, nos seus gestos de bondade, de ternura e de compaixão de Jesus de Nazaré.
- E nós?
- A grandeza do ser humano não consiste em glorificar a si mesmo, mas em se deixar vivificar e iluminar por aquele que é a vida e a luz.
- Jesus nos mostrará o caminho a percorrer para que não nos extraviemos e possamos viver a vida em plenitude ...
- Para refletir: Deixo-me conduzir pela luz que é Jesus, Palavra viva e eterna do Pai, que se encarnou e adentrou este mundo? Reconheço em Jesus, o Messias, o Deus salvador? Meu Natal é com Jesus ou sem Ele? Nas minhas ações, no apostolado, no serviço aos outros, procuro a glória de Deus ou a minha glória? ...
- Rezando à luz da Palavra de Deus:
Ó Deus onipotente,
agora que a nova luz do vosso Verbo Encarnado
invade o nosso coração,
fazei que manifestemos em ações
o que brilha pela fé em nossas mentes.
Amém.
- Contemplando a Palavra de Deus na vida:
- O Evangelho começa com a expressão “no princípio”: dessa forma, João enlaça o seu Evangelho com o relato da criação (Gn 1,1), oferecendo-nos assim, desde logo, uma chave de interpretação para o seu escrito…
- Aquilo que ele vai narrar sobre Jesus está em relação com a obra criadora de Deus: em Jesus vai acontecer a definitiva intervenção criadora de Deus no sentido de dar vida ao ser humano e ao mundo…
- A atividade de Jesus, enviado do Pai, consiste em fazer nascer um “homem” novo; a sua ação coroa a obra criadora iniciada por Deus “no princípio”.
- João apresenta, logo a seguir, a “Palavra” (“Lógos”).
- A “Palavra” é, de acordo com o autor do Quarto Evangelho, uma realidade anterior ao céu e à terra, implicada já na primeira criação.
- Esta “Palavra” se apresenta com as caraterísticas que o “Livro dos Provérbios” atribuía à “sabedoria”: pré-existência (Pr 8,22-24) e colaboração com Deus na obra da criação (Pr 8,24-30).
- No entanto, essa “Palavra” não só estava junto de Deus e colaborava com Deus, mas “era Deus”.
- Identifica-se totalmente com Deus, com o ser de Deus, com a obra criadora de Deus.
- É como que o projeto íntimo de Deus, que se expressa e se comunica como “Palavra”.
- Deus se faz inteligível através da “Palavra”. Essa “Palavra” é geradora de vida para o ser humano e para o mundo, concretizando o Projeto de Deus.
- Essa “Palavra” veio ao encontro dos homens e das mulheres e se fez “carne” (pessoa).
- João identifica claramente a “Palavra” com Jesus, o “Filho único cheio de amor e de verdade”, que veio ao encontro do ser humano.
- Nessa pessoa (Jesus), podemos contemplar o projeto ideal de homem e mulher, que nos é proposto como modelo, a meta final da criação de Deus.
- Essa “Palavra” “estabeleceu a sua tenda entre nós”.
- O verbo “skênéô” (“montar a tenda”) aqui utilizado alude à “tenda do encontro” que, na caminhada pelo deserto, os israelitas montavam no meio ou ao lado do acampamento e que era o local onde Deus residia no meio do seu Povo (Ex 27,21; 28,43; 29,4…).
- Agora, a “tenda de Deus”, o local onde Ele habita no meio dos homens e das mulheres é o Homem/Jesus.
- Quem quiser encontrar Deus e receber d’Ele vida em plenitude (“salvação”), é para Jesus que se tem de voltar.
- A função dessa “Palavra” está ligada ao binómio “vida/luz”: comunicar ao ser humano a vida em plenitude; ou, por outras palavras, trata-se de acender a luz que ilumina o caminho da pessoa humana, possibilitando-lhe encontrar a vida verdadeira, a vida plena.
- Jesus Cristo vai, no entanto, se deparar com a oposição à “vida/luz” que Ele traz.
- Ao longo do Evangelho, João irá contando essa história do confronto da “vida/luz” com o sistema injusto e opressor que pretende manter os seres humanos prisioneiros do egoísmo e do pecado e que João identifica com a Lei.
- Os dirigentes judeus que enfrentam Jesus e o condenam à morte são o rosto visível dessa Lei.
- Recusar a “vida/luz” significa preferir continuar a caminhar nas trevas, que se identificam com a mentira, a escravidão e a opressão, à margem de Deus; significa recusar chegar a ser “homem” pleno, livre, criação acabada e elevada à sua máxima potencialidade.
- Em contrapartida, o acolhimento da “Palavra” implica a participação na vida de Deus.
- João diz mesmo que acolher a “Palavra” significa tornar-se “filho de Deus”.
- Começa, para quem acolhe a “Palavra”/Jesus, uma nova relação entre o ele e Deus, aqui expressa em termos de filiação: Deus dá vida em plenitude ao ser humano, oferecendo-lhe, assim, uma qualidade de vida que potencia o seu ser e lhe permite crescer até à dimensão do homem novo, do homem acabado e perfeito.
- Isto é uma “nova criação”, um novo nascimento, que não provém da carne e do sangue, mas sim de Deus.
- A encarnação de Jesus significa, portanto, que Deus oferece à humanidade a possibilidade de se realizar plenamente, de chegar à Vida em plenitude.
- Sempre existiu no ser humano o anseio da vida plena, conforme o projeto original de Deus; mas, na prática, esse anseio fica, muitas vezes, frustrado pelo domínio que o egoísmo, a injustiça, a mentira – numa palavra, o “pecado” – exercem sobre a pessoa humana.
- Toda a obra de Jesus consistirá em capacitar o ser humano para a Vida nova, para a Vida plena, a fim de que ele possa realizar em si mesmo o Projeto de Deus: a semelhança com o Pai.
- tem sido esse o seu caminho? ...
Importante:
- Faça silêncio em seu coração, deixa Deus falar a você...
- Reze, em resposta, com prece pessoal, agradecendo a vinda do Salvador, renovando as alegrias em Deus e a esperança ... agradeça e louve...
- Professe a sua fé, com a oração do “Credo” – Creio em Deus Pai...
- Neste dia santo de guarda, celebração do Natal de nosso Senhor Jesus Cristo, a participação na comunidade, de suas celebrações, se torna um imperativo cristão.
- Guarde para a vida, em seu coração, ou escreva em seu diário espiritual os sentimentos que mais se apresentaram a você durante esse momento orante...
Um Feliz e abençoado Natal para você e sua família, seja um tempo de alegrias, esperanças e de paz, de compromisso com a acolhida e o cuidado.
Pe. Marcelo Moreira Santiago