A liturgia de hoje nos narra a preparação para a grande libertação do povo. Após várias tentativas de pedido ao faraó para o povo sair do Egito, é a vez do próprio Deus intervir dando instruções para esta saída.
É interessante notar que há uma espécie de ritual ao redor do cordeiro e do seu sangue e de como as pessoas deveriam fazer. Naturalmente este texto incorpora elementos simbólicos usados até hoje nas celebrações judaicas.
Destaco o elemento comunitário da Páscoa. Deus quer a fartura e a abundância, mas isso também é conquistado com muito esforço. Por isso tanto há alimento, quanto ervas amargas simbolizando isso.
A refeição deve ser feita com pressa pois é urgente a libertação do povo. É preciso ter liberdade e disponibilidade para seguir na caminhada de fé. A libertação é um caminho longo!
Já no Evangelho, vemos Jesus que nos ensina a partir de um episódio corriqueiro. Eles estavam com fome e apanharam espigas para comer. Alguns que vêem isso acusam Cristo e seus discípulos de violar a lei do sábado.
A lei foi feita para o benefício humano, para viver a comunhão com Deus. Por isso a censura que Jesus recebe é respondida com argumentos da própria Bíblia. Ele tenta provar que aqueles que o acusavam não sabia interpretar a própria palavra de Deus.
Muitas vezes nós lemos ou interpretamos o que nos convém e cometemos julgamentos injustos ou parciais . Jesus nos ensina então a ver o mais importante desejo de Deus que é a misericórdia e não a rigidez e o julgamento.
Para refletir: Percebo a salvação de Deus em minha vida? Como leio a Bíblia: a partir da misericórdia ou a partir de meus desejos e pensamentos?
Pe. Thiago José Gomes